Mundial de 49er e 49er FX começa hoje no Porto e em Matosinhos

Durante os próximos seis dias, 82 tripulações masculinas e 56 femininas vão lutar em Portugal pelo título mundial da classe

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Rodrigo Moreira Rato

Quase 300 velejadores começam nesta segunda-feira a competir no Campeonato do Mundo de 49er e 49er FX, que terá como palco a frente marítima do Porto e de Matosinhos. Durante seis dias, 82 tripulações no sector masculino (49er) e 56 no feminino (49er FX), um recorde nesta competição, começaram a lutar pelo título mundial. Entre as senhoras, com a presença das tripulações que terminaram os últimos Jogos Olímpicos (JO) nos quatro primeiros lugares, o espectáculo está garantido, enquanto nos homens há a certeza que haverá novos campeões. Portugal estará representado por três tripulações.

Dez anos depois de a competição se realizar em Cascais, o regresso a Portugal do Mundial da mais importante classe olímpica de vela assinalará nos 49er o início de um novo ciclo. Depois de em 2007 a dupla britânica Stevie Morrison/Ben Rhodes ter vencido a prova, o título mundial apenas conheceu mais três tripulações vencedoras: Nathan Outteridge/Ben Austin (2008, 2009, 2011 e 2012), Iker Martínez/Xabier Fernández (2010) e Peter Burling/Blair Tuke (2013, 2014, 2015 e 2016). No entanto, nenhuma destas duplas estará a competir no Porto e em Matosinhos. Outteridge e Martínez estiveram em Junho nas Bermudas, a competir na America´s Cup, onde assistiram à consagração de Burling e Tuke. Os neozelandeses foram fundamentais na inequívoca vitória da Team New Zealand e vão agora seguir caminhos separados: Burling fará parte da Team Brunel na Volvo Ocean Race onde terá que derrotar a Mapfre de Tuke e Xabier Fernández.

Estas ausências são para Ben Remocker “um aliciante”. O manager  da International 49er Class Association diz que os anteriores campeões “são agora velejadores de todo, a competir nas mais importantes regatas” e deixa uma certeza: “Quem vencer este Mundial, seguirá de certeza o mesmo caminho.” Do ponto de vista organizativo, o canadiano lembra que o Europeu de 2015, disputado no mesmo palco, foi um “enorme sucesso”, referindo que o número recorde de participantes deve-se à “excelente reputação com que o Porto e Matosinhos ficaram”.

Com o objectivo de terminar nos dez primeiros lugares, a dupla Jorge Lima/José Luís Costa competirá motivada após assegurar no início do mês a entrada no Projecto Olímpico de Tóquio 2020. Jorge Lima, que considera que no Porto e em Matosinhos há “óptimas condições”, explica em conversa com o PÚBLICO que os 49er têm “uma importância muito grande na vela”: “Muitos dos atletas que são do topo nos 49er estão a ser chamados para grandes projectos, como a Volvo Ocean Race ou a America´s Cup.” O atleta do Clube Naval de Cascais, que participou nos JO de 2008 e 2016, explica que o barco nos 49er “é espectacular, rápido e futurista”. “Tem um desenho recente e permite alterações de direcção e velocidades enormes. É como um pré-treino para os barcos da America´s Cup que agora andaram nos foils. O nível dos velejadores é do mais alto do que há”, sublinha.

Com as quatro primeiras classificadas do Rio 2016 pela primeira vez em competição desde os JO, a competição feminina promete um enorme equilíbrio. Se as espanholas Támara Echegoyen/Berta Betanzos defendem o título conquistado no ano passado em Clearwater, na Florida, Martine Grael e Kahena Kunze são as campeãs olímpicas, mas as brasileiras estão “há algum tempo sem velejar e pouco treinadas”. Grael esteve nos últimos cinco meses a preparar com a Team AkzoNobel  a próxima edição da VOR e admite que as “adversárias estão com um ritmo forte”. No entanto, a brasileira confessa ao PÚBLICO que “adora velejar nesta classe”, num “barco que requer muitas finesse e sensibilidade”.

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