Mitroglou restabeleceu a sua reputação e já assombrou Alvalade

Em Inglaterra apontaram-no como pior reforço em 2014, mas no Benfica vive as melhores épocas da carreira. E protagonizou o momento decisivo do campeonato passado, quando catapultou os “encarnados” para o “tri”.

Foto
LUSA/TIAGO PETINGA

O nome está mesmo a convidar ao trocadilho, mas ninguém pode dizer que ele não fez por justificá-lo: Mitroglou ou Mitrogolos, chame-se-lhe como se quiser. Desde que chegou ao Benfica o grego levou o registo goleador a patamares que nunca tinha alcançado no seu percurso profissional. A época 2015-16, em que marcou 25 vezes (20 no campeonato, duas na Liga dos Campeões, uma na Taça de Portugal e duas na Taça da Liga) foi a melhor da sua carreira, mas esta temporada já ultrapassou esse registo. Apontou 26 golos até ao momento (15 no campeonato, um na Liga dos Campeões, nove na Taça de Portugal e um na Taça da Liga) e ainda restam alguns compromissos no calendário para tentar elevar essa marca.

Konstantinos Mitroglou chegou ao Benfica em Agosto de 2015, por empréstimo do Fulham, após ter sido apontado durante semanas como provável reforço do Sporting. Foi mais um capítulo num longo e tenso Verão marcado pela mudança de Jorge Jesus, da Luz para Alvalade. “Estamos muito contentes com os avançados que temos. Se quiséssemos [Mitroglou] já o tínhamos”, disse então o treinador dos “leões”.

O avançado grego, que tem como imagem de marca a longa barba, chegou à equipa de Rui Vitória para ocupar o lugar deixado vago por Lima e, ao lado de Jonas, rapidamente conquistou a admiração dos adeptos. Na Luz, Mitroglou conseguiu recuperar dos danos que a transferência para Inglaterra tinha provocado na sua reputação: o Fulham pagara perto de 15 milhões de euros ao Olympiacos pelo avançado, no último dia do período de transferências em Janeiro de 2014, mas o grego disputou apenas três partidas pela equipa principal (uma como titular) e não marcou qualquer golo. O diário britânico The Guardian elegeu-o o pior reforço de Inverno dessa temporada, embora deixasse a ressalva: “Não ajudou o facto de René Meulensteen, o treinador que o contratou, já ter sido substituído por Felix Magath na altura da sua estreia”.

Após um regresso ao Olympiacos em 2014-15, por empréstimo, Mitroglou rumou ao Benfica em nova cedência e nessa primeira época ficou indelevelmente associado à conquista do tricampeonato. Foi um golo do grego que deu aos “encarnados” o triunfo por 0-1 em Alvalade, que permitiu à equipa de Rui Vitória desalojar os “leões” do primeiro lugar e assumir a liderança da I Liga a nove jornadas do fim, posição da qual o Benfica já não viria a sair. “O golo que marquei no derby foi importante, porque com a vitória conseguimos passar para a frente do campeonato. Eles estiveram com oito pontos de vantagem sobre nós, mas sempre acreditámos”, sublinharia Mitroglou no final da época, quando o seu rendimento convenceu o Benfica a exerceu a cláusula de opção de compra, por sete milhões de euros.

Com contrato válido até 2020, esta época Mitroglou já elevou a fasquia de golos a números que ainda não tinha alcançado na carreira. Quando restam cinco partidas para concluir o campeonato e ainda a final da Taça de Portugal, o maior rendimento do grego (26 golos marcados) pode, em parte, ser explicado pela ausência prolongada de Jonas, por lesão, no início da temporada. Em 2015-16 coincidiram em campo 43 vezes; na presente época, apenas 20 vezes.

A recuperação física do brasileiro permitiu a Rui Vitória repetir a dupla atacante e há cinco jogos consecutivos que os dois são titulares na I Liga. Apenas cinco dos 15 golos que Mitroglou tem no campeonato foram marcados fora de casa, mas o grego já mostrou os seus créditos em Alvalade. E, no Twitter, tem como imagem de perfil precisamente uma foto a festejar no terreno dos “leões”. Voltará a assombrar o Sporting?     

Sugerir correcção
Ler 1 comentários