Ricardo Melo Gouveia deu um pontapé na mini-crise que o afetou nos dois torneios anteriores do European Tour e terminou o Porsche European Open, na Alemanha, no grupo dos 57º classificados.

O jogador português totalizou 208 pancadas, 5 abaixo do Par, em Bad Griesbach, após voltas de 70, 67 e 71, num torneio reduzido para 54 buracos, devido ao nevoeiro que prejudicou as três primeiras jornadas.

O profissional do ACP Golfe está a tentar tornar-se no primeiro português a apurar-se para o DP World Tour Championship, no Dubai, e, para isso, necessitará de fechar a época no top-60.

Este 57º lugar no Golf Resort de Bad Griesbach, na Baviera, não lhe permitiu melhorar o 88º posto que já ocupava desde a semana passada na Corrida para o Dubai, mas teve um efeito benéfico no resto da sua época, por várias razões.

Em primeiro lugar porque colocou um ponto final numa série de dois torneios em que não tinha passado o cut. No European Tour, foi apenas a segunda vez que isto lhe sucedeu na presente temporada.

Em segundo lugar porque reencontrou algum do seu bom jogo. “Sinto-me bastante melhor, com algumas mudanças que fiz no swing”, escreveu no Facebook, mesmo antes de começar o torneio bávaro. “Hoje foi um dia bem mais sólido que os últimos dois torneios. Bati bem melhor na bola”, acrescentou depois da primeira volta.

Em terceiro lugar porque embolsou mais um prémio de 5.700 euros. Nesta fase da sua carreira, felizmente, não é uma verba relevante e este ano já teve cinco torneios acima dos 20 mil euros. Mas o representante do Team Portugal optou – e bem – por não jogar o Solverde Campeonato Nacional PGA para competir na Alemanha. Se tivesse vindo ao Oporto Golf Club, o máximo que poderia embolsar eram 2 mil euros.

O português residente em Londres foi bastante penalizado por 2 duplos-bogeys, no buraco 18 da primeira volta e no 5 da volta de hoje, ambos de Par-4. Essas 4 pancadas tê-lo-iam levado ao top-30 e a um prémio de mais de 16 mil euros.

De qualquer modo, o eagle e os 9 birdies que assinou no somatório das três voltas, não sendo nada de extraordinário no seu historial, transmitem-lhe a confiança de saber que está de novo a aproveitar algumas oportunidades, mesmo quando continua a queixar-se de o putt nem sempre estar ao melhor nível.

O Porsche European Open foi conquistado pelo francês Alexander Lévy, que bateu no play-off o inglês Ross Fisher, depois de terem terminado empatados com -19 abaixo do Par.

Foi o terceiro título de Lévy no European Tour e o primeiro desde o Portugal Masters em 2014. É impossível não constatar a coincidência de Lévy ter ganho no Oceânico Victoria Golf Course no único ano em que o torneio português foi fustigado pela chuva e teve de ser reduzido para 36 buracos, e agora voltou a ser bem-sucedido noutro evento prejudicado pelo mau tempo que também não chegou aos 72 buracos.

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