Liverpool e Shakhtar tentam evitar a espanholização do futebol europeu

Villarreal e Sevilha partem em vantagem para a segunda mão das meias-finais da Liga Europa que se disputa esta noite

Foto
Reuters

Liverpool e Shakhtar Donetsk terão hoje, a partir das 20h05, a responsabilidade de evitar o que o Benfica conseguiu há duas temporadas, quando atingiu a final da Liga Europa: a espanholização do futebol europeu. Um dia depois de o Real Madrid confirmar que haverá em Milão a reedição da final 100% madrilena da Liga dos Campeões de 2013-14, Villarreal e Sevilha vão entrar para a segunda mão das meias-finais da Liga Europa na pole position para garantirem um “takeover” da Espanha sobre as competições da UEFA.

Para os adeptos do Sevilha a presença na final seria um déjà vu – os andaluzes ganharam as duas últimas edições da Liga Europa -, para os aficionados do Villarreal algo inédito – nas duas vezes que chegaram à antecâmara do jogo decisivo, foram afastados pelo futuro vencedor (em 2010-11 caíram aos pés do FC Porto de Villas-Boas). No entanto, para que seja confirmado o totalitarismo dos espanhóis na Europa, o Sevilha terá que domesticar no Ramón Sánchez Pizjuán a “velha raposa” Mircea Lucescu e o Villarreal necessitará de sobreviver ao fulgor de Jürgen Klopp.

Há uma semana, no velhinho e decadente El Madrigal, a resiliência do Liverpool durou quase todo o jogo, mas um remate de Adrián López no minuto 92 transfigurou por completo a eliminatória. Com o solitário golo do avançado emprestado pelo FC Porto à formação dos arredores de Valência, o “submarino amarelo” ficou mais perto de atingir uma proeza singular, mas Marcelino, treinador do Villarreal, desvalorizou a importância da partida em Liverpool, negando que seja o jogo mais importante na história do clube: “Talvez tenha sido o da subida à primeira, em Almería.” Sinceras ou estratégicas, as palavras de Marcelino na antevisão do duelo em Anfield Road foram sempre no sentido de tentar pressão à sua equipa. O técnico garante que os seus jogadores não têm que entrar em campo com “ansiedade”, apesar de do outro lado estar “uma grande equipa, com um plantel extraordinário”.

Num estilo bem diferente, Klopp levanta a fasquia: “Tudo o que fizemos desde Outubro foi para nos preparar para uma partida como a de amanhã [hoje].” O técnico alemão do Liverpool diz que se os jogadores dos “reds” jogaram “como sabem”, podem conseguir a qualificação, admitindo que terá a seu favor o “ambiente de Anfield”: “É uma das coisas que o dinheiro não pode comprar. É especial.”

Na outra eliminatória, o Sevilha entrará em campo avisado depois de apanhar um enorme susto nos “quartos”. Os andaluzes, que são a única equipa que no campeonato espanhol não conseguiu vencer fora de casa, fazem do Sánchez Pizjuán uma fortaleza quase intransponível, mas foram batidos no último duelo europeu em Sevilha: a derrota por 2-1 contra o Athletic Bilbau obrigou a equipa comandada por Unai Emery a decidir o apuramento na marcação de grandes penalidades. Alertado por esse desaire, Emery pede “mais cabeça do que coração” aos sevilhanos. “Será uma partida equilibrada e esperamos a melhor versão do Shakhtar. Foram os campeões desta competição em 2009. Temos que estar preparados para uma equipa muito experiente e habituada a ganhar.”

A experiência a que Emery se refere deve-se, principalmente, ao timoneiro dos ucranianos. No comando do Shakhtar há uma dúzia de épocas, o septuagenário Lucescu está habituado a partidas de grau de responsabilidade elevadas e, apesar de entrar em desvantagem depois do empate (2-2) há uma semana, não atira a toalha ao chão: “As duas equipas vão entrar em campo com o mesmo número de jogadores. Ainda temos uma oportunidade.”

Sugerir correcção
Ler 1 comentários