Leixões é, para já, o campeão do "defeso"

Gala no Terminal de Cruzeiros antecede apresentação de uma equipa feita de recordes frente ao Celta de Vigo.

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Depois do permanente sobressalto em que viveu na época passada, o Leixões apresenta-se com renovada ambição, podendo, para já, reclamar o título de campeão do defeso, período em que bateu por larga margem toda a concorrência. Quando os atletas se perfilarem na cerimónia desta noite — com anunciada lotação esgotada do Terminal de Cruzeiros de Leixões —, ficará evidente que Daniel Kenedy terá à disposição opções para todos os gostos e feitios.

Se não houver surpresas de última hora, o Leixões deverá contar com o mais extenso plantel da II Liga, composto por 35 futebolistas. O contraste é gritante, já que para além da equipa de Matosinhos, apenas Gil Vicente e Benfica B (ambos com 31 jogadores nas fileiras ainda provisórias) desafiam a lógica de manter um grupo “governável”, o que sugere uma dieta de emagrecimento mais adiante.

Para atingir estes números, mesmo sem um director desportivo dedicado exclusivamente a uma pasta que passa pelo presidente Paulo Lopo, o Leixões manteve uma cadência impressionante de reforços. Logo a abrir, só de uma assentada, apresentou sete. Ao todo são 20 as caras novas no Estádio do Mar, fluxo que rebenta também a escala quando comparado com a concorrência. Exceptuando o Sp. Covilhã, com 17 reforços, a média rondará as dez contratações por clube.

Mas a planificação do Leixões não se fica por aqui. A SAD apostou na diversificação e formou um grupo muito heterogéneo. No balneário falam-se 14 idiomas. Em rigor são menos, porque algumas bandeiras têm em comum a língua, desde logo o português (Portugal, Brasil, Angola e Cabo Verde). Mas para além dos países enumerados, há atletas oriundos de França, Bélgica, Holanda, Canadá, Rússia, China, Egipto, Níger, Venezuela e Gana. Números intimidantes. Mais uma vez, só o Gil Vicente se aproxima da liderança neste campeonato de curiosidades, com 11 atletas de diferentes pátrias, surgindo a Académica nos antípodas, apenas com portugueses, brasileiros e um sul-coreano.

O susto da época passada, a forçar o play-off da II Liga frente ao Praiense, dos Açores, decidido a 20 minutos do final, com algum sofrimento à mistura para garantir a permanência no futebol profissional, poderá ajudar a explicar a injecção de adrenalina neste alucinante início de pré-época, que obrigará ainda o treinador e fazer uma triagem para reduzir e estabilizar o contingente.

Depois da gala, a equipa oferece aos leixonenses uma primeira amostra do que está na forja para 2017-18, ano de estabilizar e consolidar o clube, preparando um ataque sustentado à Liga. O jogo com o Celta de Vigo (o clube galego substitui o Rio Ave), cuja receita reverterá a favor das vítimas de Pedrógão Grande, é, por tudo isto, aguardado com expectativa.     

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