Kyrgios impressionado com a própria exibição

Primeira eliminatória do Open da Austrália inglória para Gastão Elias.

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LUSA/JULIAN SMITH

Nick Kyrgios confirmou que é um sério candidato a intrometer-se na luta pelo título no Open da Austrália, ao exibir-se a elevado nível diante de Gastão Elias, na ronda inaugural primeiro torneio do Grand Slam do ano. O australiano de 21 anos aproveitou bem o factor casa para dominar o encontro realizado na Hisense Arena, o court preferido de Kyrgios em Melbourne Park, somando 21 winners e nunca enfrentando qualquer break-point no encontro de quase hora e meia.

“Comecei um bocadinho nervoso, o que é normal, porque nunca tinha jogado num campo destes. Tentei, mas era difícil começar da melhor maneira com os nervos. Acho que isso fez muita diferença no primeiro jogo de serviço em que ele conseguiu fazer-me o break. O encontro tomou logo aí um rumo que foi difícil inverter“, explicou Elias (77.º mundial) à agência Lusa, após ceder em três sets: 6-1, 6-2 e 6-2.

O estilo imprevisível de Kyrgios (13.º) também não ajudou a tarefa do número dois português, que gosta de pontos mais compridos para ganhar ritmo. “Senti que ele não tem um padrão de jogo, um plano, e isso complicou-me a vida, porque aquilo de que eu precisava era de um bocado de ritmo. Os pontos foram do princípio ao fim muito curtos. Foi difícil contrariar o estilo dele, que varia muito as bolas, usa muito bem os ângulos no campo e serviu muito, muito bem. Tem um dos melhores serviços que eu já experienciei”, admitiu Elias, bastante confiante para a presente época, a primeira em que vai competir maioritariamente no ATP World Tour. “Estou a jogar muito melhor do que no ano passado, estou melhor fisicamente e mentalmente, sinto-me cada vez mais capaz de competir a este nível”, frisou Elias, que iniciou 2016 no 133.º lugar do ranking.

O próprio Kyrgios mostrou-se admirado pelo nível exibido, já que não competiu oficialmente nas primeiras semanas do ano e contraiu uma pequena lesão no joelho. “Fiquei realmente impressionado com a forma como servi e respondi, tendo em conta que não tenho disputado tantos encontros nos últimos dias”, admitiu o próximo adversário do italiano Andreas Seppi (89.º).

João Sousa, esta semana no 37.º lugar após a presença na final de Auckland, estreava-se esta madrugada diante do australiano Jordan Thompson (75.º).

Andy Murray estreou-se num major como número um do ranking de forma tremida. Três duplas-faltas no jogo inaugural, abriu caminho para uma exibição irregular, marcada por 27 erros não forçados, mas ainda assim, suficiente para vencer o ucraniano Illya Marchenko (95.º), por 7-5, 7-6 (7/5) e 6-2.

Stan Wawrinka (4.º), Kei Nishikori (5.º) e Marin Cilic (7.º) precisaram de cinco sets sets, enquanto que Roger Federer (17.º) impôs-se ao austríaco Jurgen Melzer (8.º mundial em 2011 e actual 300.º), por 7-5, 3-6, 6-2 e 6-2.

Na jornada inaugural do Open vislumbrou-se um pouco do futuro do ténis australiano. Alex de Minaur (301.º), residente em Alicante (Espanha) obteve a primeira vitória em quadros principais do Grand Slam, ao derrotar Gerald Melzer (84.º), irmão de Jurgen, depois de recuperar de 1-2 em sets, 2-5 na quarta partida e salvar um match-point para impor-se ao fim de quase quatro horas: 5-7, 6-3, 2-6, 7-6 (7/2) e 6-1.

Jaimee Fourlis (414.ª), igualmente de 17 anos, imitou o feito do seu compatriota ao eliminar a norte-americana Anna Tatishvili (199.ª), por 6-4, 6-3. Destaque ainda para outra australiana, Destanee Aiava, que se tornou na primeira tenista nascida em 2000 a disputar um quadro principal de um torneio do Grand Slam.

No torneio feminino, destaque para a eliminação de Simona Halep, actual número quatro do ranking e finalista em Roland Garros em 2014. A romena ressentiu-se de uma tendinite no joelho que a condicionou e tornou-se numa adversária acessível para a norte-americana Shelby Rogers (52.º), que venceu por 6-3, 6-1.

Angelique Kerber, número um do ranking e campeã em título, precisou de três sets para ultrapassar a ucraniana Lesia Tsurenko (51.ª), por 6-2, 5-7 e 6-2, depois de desperdiçar um match-point no segundo set.

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