Kendra Harrison bate recorde mundial dos 100m barreiras

Londres assistiu à queda de uma marca que tinha quase 28 anos de vida. Usain Bolt também regressou às pistas, depois da sua desistência na final dos 100m dos campeonatos da Jamaica.

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Kendra Harrison a caminho do recorde do mundo dos 100m barreiras ADRIAN DENNIS/AFP

A norte-americana Kendra Harrison, de 23 anos, bateu o recorde mundial dos 100m barreiras, com uma corrida fabulosa na final da disciplina e face a um alinhamento do mais alto nível, ao terminar em 12,20s, retirando um centésimo de segundo à marca que a búlgara Yordanka Donkova estabelecera em Stara Zagora, a 20 de Agosto de 1988, portanto há quase 28 anos.

Caiu assim um dos recordes ”impossíveis de bater” do final da década de oitenta do século passado e depois de muitas ameaças, que nas últimas temporadas tinham permitido a várias atletas fazer menos de 12,30s e aproximarem-se do recorde a menos de um décimo de segundo. A própria Harrison tinha corrido em 12,24s a 28 de Maio, em Eugene, tornando-se então na segunda melhor de sempre, mas, entretanto, nas qualificações olímpicas americanas a pequena barreirista, de menos de 1,60m de estatura, tinha ficado de fora dos Jogos, atrás de três das que ontem lhe viram as costas de longe, e por ordem, Brianna Rolins, Kristi Castlin e Nia Ali.

Ontem, depois de ter feito 12,40s na eliminatória, Kendra Harrison mostrou logo que chegava ao Estádio Olímpico de Londres cheia de vontade de esquecer os trials. A corrida da final lembrou em tudo a de Eugene, no final de Maio. Logo na frente após uma saída rapidíssima, a cada barreira ia ganhando vantagem sobre todas as outras e mergulhou para a meta da melhor maneira para ganhar todo o tempo possível. Terminou com quatro metros de vantagem sobre todas as outras (a segunda foi Rollins com 12,57s), mas de forma estranha os cronómetros oficiais pararam só em 12,58s, inicialmente. Pareceu lento de mais para o que se tinha visto e de facto, segundos depois, Nia Ali chamava a atenção da sua colega para o quadro de resultados oficial, onde aparecia um número mágico - 12,20s, nem mais, nem menos. Kendra nem soube o que dizer, entre soluços, mas não deixou de desejar a melhor sorte às suas colegas que irão aos Jogos, no lugar dela.

Quanto à prova de Bolt, a de 200m, foi a última da noite, e o grande jamaicano mostrou que há que continuar a contar com ele para os Jogos, vencendo com 19,89s, que é a quinta melhor marca de 2016. Mas como ele disse, até ao Rio ainda há tempo para melhorias.

 

 

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