Juve anula milagre de Camp Nou e Jardim confirma sangue real

Desvantagem da primeira mão em Turim revelou-se intransponível para um Barcelona emocionalmente afectado. Mónaco voltou a bater o Borussia Dortmund, após entrada determinada de Mbappé e Falcao.

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Falcao marcou um dos golos do Mónaco EPA/SEBASTIEN NOGIER
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Juventus e Mónaco seguem para as meias-finais da Liga dos Campeões, onde são aguardados por Real e Atlético de Madrid, tendo prevalecido a lei das probabilidades que protegiam italianos e franceses depois dos resultados da primeira eliminatória. A Juventus impôs um nulo em Camp Nou e o Mónaco repetiu vitória por inequívoco 3-1.

No caso do Barcelona, o mais mediático, de nada valeu a convicção de que a "remontada" histórica alcançada frente ao Paris Saint-Germain (em que anulou um 4-0 averbado em Paris) poderia repetir-se. A desvantagem até era menor desta vez, embora o nome, a cultura táctica e os dois golos consentidos pela Juventus em toda a Champions a tornasse de certa forma intransponível.

Mesmo consciente de que só atacando desde o primeiro minuto poderia anular a desvantagem de três golos trazida de Turim, Luis Enrique não arriscou tudo no 3x4x3 — admitido como estratégia ideal para tentar fazer cinco golos à Juventus (números avançados pelo próprio técnico dos catalães, que concedia um golo ao adversário) — apostando num 4x3x3 com Jordi Alba sempre à procura da linha de fundo. Mas o arranque não foi o melhor, ao contrário do que sucedera na ronda anterior, frente ao PSG. A Juventus entrou serena, dona e senhora da situação, até com ares ameaçadores, sempre com a baliza de Ter Stegen debaixo de olho.

Os espanhóis demoraram a assentar jogo, traídos pela ansiedade e claramente perturbados por uma arbitragem “à inglesa”, do holandês Björn Kuipers — apesar de alguns exageros na inobservância de entradas mais ríspidas.

E quando a poeira assentou, faltou ao Barça discernimento: Messi falhou golos impensáveis, contagiando Neymar, o principal agitador da noite. Alba também não foi suficientemente rápido a chegar a um passe do astro argentino, desesperando um Nou Camp que Higuain poupou a martírio maior instantes antes do descanso.

Os “bianconeri”, numa rara demonstração de domínio emocional, tentaram a estocada nos primeiros lances da segunda parte, assumindo uma postura de grande sacrifício à medida que Messi tentava desatar o nó que o projectasse para duas marcas pessoais em resposta à proeza de Cristiano Ronaldo. Mas nem o 500.º golo pelo Barcelona, nem o centésimo nas provas europeias saiu numa noite de desatino na carreira de tiro. O Barcelona claudicava em noite ingrata, sem sombra de milagre.

No principado, os suspeitos do costume dissiparam quaisquer tipo de dúvidas que o Borussia Dortmund pudesse eventualmente levantar. Mbappé (3’) e Falcao (17’) deixaram bem vincada a determinação e o futebol indomável da equipa de Leonardo Jardim, que sem grande dificuldade cavou um confortável fosso de três golos para poder gerir a passagem às meias-finais.

Os alemães, animados pelo regresso de Marco Reus, ainda tentaram voltar ao jogo, mas o remate de Sahin foi devolvido pelo poste de Subasic, adiando a reacção para o início da segunda parte. Servido por Dembélé, logo no reatamento, na primeira investida alemã, Reus atenuou o cenário, sem, contudo, condicionar os monegascos, sempre perigosos e insaciáveis.

Faltava, ainda assim, instinto matador para arrumar a questão em definitivo. Algo que Jardim descobriu no banco, lançando Germain ao minuto 81, segundos antes de o avançado sentenciar a eliminatória com o terceiro golo da formação francesa, esperada no sorteio de Nyon, cuja cerimónia terá lugar sexta-feira, às 12h (Portugal continental), na sede da UEFA, e que envolverá duas equipas espanholas, uma francesa e outra italiana.

A primeira mão das meias-finais disputa-se a 2 e 3 de Maio, realizando-se a segunda mão uma semana depois. A final de Cardiff, no País de Gales, está agendada para 3 de Junho, às 19h45.

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