A primeira vitória de Jack Miller numa corrida atribulada

O Grande Prémio da Holanda foi interrompido por razões de segurança. Miguel Oliveira foi 15.º em Moto2.

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Bas Czerwinski/AFP

O mau tempo levou a que o Grande Prémio da Holanda em MotoGP tivesse de ser interrompido por razões de segurança quando se cumpria a 15.ª volta das 26 previstas. O australiano Jack Miller aproveitou o regresso à pista para surpreender e vencer no circuito de Assen, neste domingo.

Jack Miller tem um percurso curioso. Em 2014, foi vice-campeão em Moto3 – perdeu o título para Alex Márquez, o irmão mais novo de Marc Márquez – e, no ano seguinte, estava já a competir na categoria-rainha. Neste domingo, venceu a sua primeira corrida em MotoGP e, por isso, irradiava felicidade. “Estou em choque, é um sonho tornado realidade”, reconheceu o piloto australiano no final da prova. Sem saber explicar muito bem o que estava a sentir, Miller agradeceu o apoio: “Muita gente trabalhou neste projecto e tenho que agradecer a todos”.

Se a interrupção da prova foi benéfica para o piloto de 21 anos, os italianos não tiveram a mesma sorte. Andrea Dovizioso, que partiu da pole position, Danilo Petrucci e Valentino Rossi lideravam, respectivamente, a corrida no momento da paragem, mas nem com a partida da linha da frente quando foi retomada a corrida uma hora depois conseguiram manter-se na frente. Pelo contrário, os italianos arriscaram de mais e acabaram por cair numa pista que esteve sempre muito molhada.

Valentino Rossi, que não conseguiu pontuar, continua em terceiro lugar no Mundial, mas reconheceu que perdeu uma corrida que liderava por um erro inaceitável. “Foi um erro estúpido de principiante”, afirmou depois de se ter levantado, em lágrimas, da queda. “Estava optimista. Sabia que podia ter um bom ritmo e quis arriscar um pouco mais para controlar de início. Quem deu 100% caiu, e foi esse o meu erro. Estava a ir muito forte”, lamentou Il Dottore.

Jorge Lorenzo, por sua vez, estava em penúltimo lugar quando a prova foi interrompida, por isso deve ter respirado de alívio. Conseguiu remediar os estragos, ainda assim, mas não esteve ao seu nível habitual. O piloto da Yamaha ficou em 10.º lugar e somou seis pontos, melhor que o resultado do último Grande Prémio, na Catalunha, em que não pontuou.

Com Rossi no chão e Lorenzo longe, Márquez seguia isolado na frente, mas Miller arriscou e tirou a liderança do piloto da Honda a poucas voltas do final. O espanhol preferiu não responder ao austríaco e conformar-se com os 20 pontos do segundo lugar. “Não insisti e decidi conservar o segundo lugar, que é como uma vitória para mim nestas condições tão complicadas. Estes pontos são importantes para o campeonato”, afirmou. O piloto da Honda, no final da corrida, falou ainda das condições difíceis: “Nunca corri com tanta água. Entre o que chovia e o que as motos levantavam, não se via nada, era impossível ver, íamos com pouca velocidade, mesmo na recta. Todos sabíamos que ia parar a qualquer momento”.

Miguel Oliveira também passou por dificuldades em Moto2, mas conseguiu superá-las, em parte, e pontuar no Grande Prémio da Holanda, em Assen. O piloto português terminou na 15.ª posição, apesar de ter arrancado bem. “A corrida não me correu bem, comecei com uma boa forma, arranquei bem, mas na curva cinco tive um toque com um piloto que quase me fez cair e isso colocou-me muito atrás”, explicou. “Tive que recuperar algumas posições, mas nunca me senti a 100% com a moto, portanto tentei fazer o melhor possível na minha condição”, concluiu.

Em Moto3, Francesco Bagnaia ficou em primeiro lugar, à frente de Fabio di Giannantonio e Andrea Migno. No entanto, Brad Binder continua a liderar o Mundial.

Texto editado por Nuno Sousa

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