Ibarguen não deixa ninguém ganhar no triplo salto desde 2012

O primeiro meeting da Liga Diamante da actual temporada teve lugar nesta sexta-feira, em Doha, no Qatar, e proporcionou excelentes resultados.

Foto
Caterine Ibarguen tem sido dominadora no triplo salto feminino RAUL ARBOLEDA/AFP

Pode dizer-se que a temporada olímpica ao ar livre começou, para muita gente, em excelente plano, e em especial para uma atleta que não perdia qualquer prova na sua especialidade precisamente desde os últimos Jogos, os de Londres, em 2012. Caterine Ibarguen, da Colômbia, era a detentora dessa sequência extraordinária de 31 triunfos consecutivos até esta sexta-feira e mesmo com grande pressão estendeu a sua série para 32. A prova foi liderada com sucessivos recordes nacionais pela grande revelação venezuelana Yulimar Rojas, que há um mês se sagrou campeã mundial em pista coberta, e que chegou a 14,92m, neste caso com vento, ao quinto ensaio - depois de fazer 14,79m regulares no terceiro salto. Ibarguen estava longe então, mas também no quinto salto arrancou a melhor marca do ano, e a vitória, com 15,04m, resultado que confirmou com 14,98m a fechar. Ninguém ganha para sempre, como se sabe, mas a ver vamos até onde vai Ibarguen.

A prova do triplo masculino era importante na perspectiva portuguesa, pois muitos dos potenciais rivais olímpicos de Nelson Évora estavam presentes. Ganhou o campeão mundial americano Christian Thomas, mas ainda muito “emperrado”, com 17,18m, face ao chinês Dong Bin (17,07m). O francês Teddy Tamgho, campeão mundial em Moscovo em 2013, teve um enésimo regresso às pistas após mais uma longa lesão, mas surgiu ainda muito debilitado, ficando em sétimo com 16,54m.

Nos 100m femininos, a holandesa Dafbe Schippers reencontrava as grandes sprinters negras dos EUA e Jamaica e a prova foi fabulosa, tendo-se em conta que estamos no início de Maio. Schippers não partiu mal mas teve de ceder nos metros finais para a norte-americana Tori Bowie, que igualou o recorde pessoal com 10,80s, melhor marca do ano, face a 10,83s da europeia, a apenas dois centésimos do seu máximo nacional.

Nos 110m barreiras masculinos, o jamaicano Omar McLeod, que recentemente fez os 100m planos em 9,99s, tornando-se o primeiro atleta na história com menos de 10s no hectómetro e menos de 13s nos 110m barreiras, venceu com grande classe em 13,05s, outra marca de topo para 2016.

Outra melhor marca de 2016 ao ar livre obteve a norte-americana a Sandi Morris na vara, com 4,83m.

A última corrida individual da noite foi a de 3000m femininos e os termómetros ainda tocavam os 30 graus celsius. A etíope Almaz Ayana, campeã mundial de 5000m o ano passado, foi obrigada a uma segunda metade de prova solitária de enorme desgaste e mesmo perdendo um pouco de embalagem no final obteve 8m23,11s, uma marca que promete para o que aí vem.

Sugerir correcção
Comentar