Hugo Miguel satisfeito com essa "almofada de conforto" chamada videoárbitro

Árbitro que dirigiu a final da Taça de Portugal, na estreia online da tecnologia, faz um balanço muito positivo da experiência.

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LUSA/MIGUEL A. LOPES

"Está a ser revisto, se eu tiver de alterar a decisão, alterarei. Podem estar tranquilos". Foi esta a mensagem que o árbitro Hugo Miguel passou várias vezes aos jogadores do Benfica e do V. Guimarães que disputaram a final da Taça de Portugal, no domingo. Naquela que foi a primeira experiência online (já com imapcto no jogo) do vídeoárbitro em território nacional, o balanço feito pelo juiz de Lisboa é francamente positivo. "É uma almofada de conforto para mim", confessa, num vídeo disponibilizado pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF). 

Hugo Miguel revela que sentiu os futebolistas "ansiosos e expectantes", tendo em conta que era um troféu que estava em causa, mas "sempre tranquilos e confiantes pelas decisões que seriam tomadas". "Até porque eles também tiveram formação sobre o videoárbitro da parte da FPF", acrescenta.

O árbitro garante que a sensação que experimentou ao longo dos 90 minutos, no Estádio do Jamor, foi de "tranquilidade" - "Estava ciente de que as minhas decisões são sempre checkadas, sempre vistas" - e que a máxima "mínima intervenção, máximo impacto" faz todo o sentido na aplicação da tecnologia.

Sobre os lances em que o apoio do vídeoárbitro foi necessário, apresenta uma explicação sucinta. Primeiro caso: cruzamento de Cervi e a bola a embater no braço do central Josué. "Agi de acordo com aquilo que são as directrizes da UEFA e da Federação. O braço já está no solo para o jogador se apoiar e a bola tem impacto no braço", detalha, lembrando que o braço naquela posição é necessário para que o atleta não caia no relvado.

Depois, um lance de Marega na área do Benfica, um contacto com Lindelof. "A decisão de deixar seguir foi partilhada pelo assistente. Depois houve lançamento lateral e a indicação do videoárbitro para esperar para analisarem as imagens. Disseram-me entretanto: 'Está tudo ok, siga, podes recomeçar'". Uma situação que se repetiu no segundo tempo, novamente com Josué como protagonista e novamente com a decisão a ser verificado em fracções de segundo após um lançamento de linha lateral. "Foi bola na mão e não o inverso", justifica.

Uma última nota para o embate no solo entre Marega e Fejsam, que terminou com a lesão do sérvio e a sua substituição ainda no decorrer do primeiro tempo. "Assinalei a falta do Marega e tive dúvidas sobre a situação disciplinar. Aproximo-me e vejo o joelho [de Fejsa] aberto. Abordei o assistente para saber se era algo mais do que amarelo e ele disse-me que não", adianta.

"Como tínhamos tempo, eu disse aos jogadores para estarem tranquilos, que era cartão amarelo, mas que no caso de ser cartão vermelho eu seria informado e que iria corrigir antes de começar o jogo. Essa informação nunca chegou, chegou a confirmação de que poderia continuar", conclui.

 

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