André Silva libertou garrote que desesperava o “dragão”

Jovem avançado português materializou o ascendente dos "dragões" a seis minutos do final (1-0).

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Francisco Leong/AFP

O FC Porto venceu o Estoril na 2.ª jornada da Liga, num jogo quase de sentido único, com os “dragões” a chegarem ao golo aos 84’, num cabeceamento de André Silva (1-0), registando a segunda vitória e retomando a liderança da prova.

O treinador do FC Porto fez quatro alterações em relação ao “onze” que iniciou o jogo do play-off da Champions, frente à Roma. Desde logo a troca do lateral esquerdo, que se adivinhava face ao castigo que impedia a utilização de Alex Telles, substituído por Miguel Layún. Por opção, Nuno Espírito Santo devolveu a titularidade a Corona, por troca com Adrián López, e enxugou as lágrimas de Rúben Neves, que entrou para o lugar de Danilo. Para compensar a saída de André André, o técnico deslocou Otávio para o centro das operações, abrindo caminho à entrada de Varela para o corredor.

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Com esta nova fórmula, a refrescar a equipa e a fazer descansar alguns elementos importantes para a Liga dos Campeões, o “dragão” entrou a pressionar fortíssimo, em busca de um golo que permitisse simplificar a missão portista.

Avisado, o Estoril posicionou-se de forma a defender em bloco, mas com algumas unidades autorizadas a explorar a transição ofensiva. O treinador da formação “canarinha” confiou a Esiti a chave que controlava todas as entradas, com o trinco a movimentar-se entre duas linhas de quatro companheiros, deixando apenas o brasileiro Mattheus Oliveira na frente.

Os primeiros minutos foram, sem surpresa, de domínio dos portistas, que ficaram a reclamar falta de Joel sobre Varela, empurrado pelas costas, num gesto cuja intensidade o árbitro considerou insuficiente para justificar castigo máximo.

E enquanto Otávio dava cartas e espalhava magia, Corona trabalhava para merecer nova chamada frente à Roma. O Estoril esforçava-se para não perder a organização, mas Otávio e Marcano, ainda antes do minuto 10, obrigavam Moreira a voar para evitar o golo, com a bola a tocar a barra no cabeceamento do brasileiro.
O “dragão” intensificava a chama, mas expunha-se ao erro que a ânsia potenciava. Maxi Pereira podia ter sido surpreendido com a entrada de Alisson, pelas costas, numa rara investida da formação estorilista.

Otávio assumia o jogo do FC Porto e voltava a ameaçar Moreira, que ia resolvendo as principais situações, reservando ainda algumas forças para a entrada em cena de André Silva. O FC Porto esmagava em termos estatísticos, falhando no capítulo da eficácia. Problema que Dankler, central do Estoril, esteve muito perto de resolver num mergulho kamikaze, que levou a bola a bater na trave da própria baliza e a ressaltar para fora, num corte de cabeça que não terminou em autogolo por mero milagre.

André Silva aproveitava a deixa e começava o seu festival de perdidas. O FC Porto olhava para o Estoril e lembrava-se da Roma (reduzida a dez) e na forma incrível como era capaz de chegar à baliza para, quando o momento parecia perfeito, o sonho do golo se desmoronar em mais um ressalto no adversário ou na luva do guarda-redes.

O “dragão” recolhia ao balneário à procura de soluções e Nuno Espírito Santo voltava a chamar Adrián López, deixando Varela de fora. O espanhol foi ocupar o corredor de Corona para responder, de cabeça, a um cruzamento do mexicano. Mantinha-se a toada, com o Estoril preparado para sofrer, mas a denotar sinais de desgaste físico e psicológico. Ao FC Porto competia carregar, sem criar brechas como a que ia deitando tudo a perder numa investida de Mattheus Oliveira, cujo cruzamento acabou nos pés de Felipe Augusto antes de sair a rasar o poste de Casillas.

Os erros sucediam-se e Fabiano Soares era obrigado a tomar medidas, refrescando a equipa na zona nevrálgica, com a entrada de Yarchuk.

A palavra de ordem era já aguentar a todo o custo e Dankler roubaria uma bola de golo no último momento. O desespero crescia à medida que Otávio e André Silva falhavam situações flagrantes sem que o cronómetro se detivesse. Nuno Espírito Santo apostava em André André e Sérgio Oliveira, mas seria Layún a descobrir André Silva — para um cabeceamento imaculado — e a libertar o garrote que desesperava o “dragão”.

 

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