FC Porto a cortar a direito até à liderança provisória

Depois de uma primeira parte difícil, os “dragões” aceleraram para uma vitória robusta, tirando partido da inferioridade numérica do Tondela. São agora seis os triunfos consecutivos na Liga.

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LUSA/JOSE COELHO

Houve um jogo até aos 42’ e um outro a partir de então. Durante quase todo o primeiro tempo, no Estádio do Dragão, o Tondela deu uma réplica que vale bem mais do que o último lugar que ocupa na tabela. A partir desse momento, o FC Porto ganhou vantagem no marcador — e no número de unidades em campo — e construiu uma vitória folgada (4-0), no arranque da 22.ª jornada, que deixa novamente a equipa na liderança provisória da Liga.

Com o embate frente à Juventus a cinco dias de distância, Nuno Espírito Santo procurou jogar em dois tabuleiros. Refrescou mo meio-campo com Ruben Neves, Otávio e André André, deixando Danilo de fora da convocatória, ao passo que Óliver e Brahimi se sentaram no banco. O FC Porto mantinha o 4-4-2, com Soares e André Silva na frente, mas a dinâmica mudava forçosamente.

O arranque foi promissor, com a tradicional pressão alta e intensa a condicionar a saída de bola do Tondela, mas o que se viu durante praticamente toda a primeira parte foi uma equipa inclinada para a direita. Corona começou a todo o gás, com as tradicionais diagonais de fora para dentro devidamente compensadas pelas subidas de Maxi, e a linha de quatro do Tondela abanou.

Foi por esse flanco, de resto, que se viu o melhor FC Porto, até porque, do outro lado, Otávio tem uma tendência irreprimível para procurar zonas interiores. Aos 4’, Maxi cruzou para confirmar que Soares dá outra dimensão ao jogo aéreo dos “dragões”: cabeceamento imperial do brasileiro e defesa a condizer de Cláudio Ramos. Com demasiado espaço a surgir entre o lateral (Ruca) e o central do lado esquerdo (Kaká) dos visitantes, abriu-se uma via verde para Corona e companhia e foi assim que André Silva surgiu isolado, a tentar uma assistência que não teve a melhor sequência. Pouco minutos mais tarde, de novo Maxi a centrar e Soares a ir ao chão na área.

Começava o curto pesadelo de Osorio e o longo pesadelo do Tondela. Grande penalidade por alegada carga do central venezuelano e 13.º golo para André Silva na Liga, aos 43’. E não foi preciso passar sequer do intervalo para a defesa beirã sofrer novo golpe, com o segundo amarelo para Osorio aos 45+1’, após um choque com Soares.

Ficava condicionada, e de que maneira, a estratégia que Pepa idealizara. Até esse momento, e depois de sacudida a pressão dos 10 minutos iniciais, o 4-4-2 do Tondela estava a dar conta do recado e as saídas em apoio, normalmente iniciadas por Pedro Nuno, começavam a pôr o FC Porto em sentido. A este predicado, os visitantes — que testaram Casillas aos 37’, pelo pés de Heliardo — juntavam a velocidade de Jhon Murillo na esquerda, que custou um amarelo a Felipe, já depois de Ivan Marcano também ter sido admoestado. Para os segundos 45 minutos, o guião teria de ser outro.

Pepa foi corajoso, porém, e a equipa reentrou no jogo com uma troca “obrigatória” (entrou o central Rafael Amorim) e um bloco demasiado alto para os riscos que comportava. E isso rapidamente se tornou evidente: aos 46’ (Soares), 48’ (André Silva) e 56’ (Otávio), o FC Porto falhou três golos feitos, mas acabou por ampliar a vantagem através de um remate de difícil execução. De fora da área, Ruben Neves assinalou o regresso à titularidade com um pontapé de classe (54’).

Perante o desgaste do Tondela, a dúvida, por esta altura, prendia-se apenas com a expressão da vitória do FC Porto. Soares deu mais uma pincelada aos 63’, com um remate cirúrgico dentro da área, antes de ser substituído e de os “dragões” se disporem em 4-3-3, graças às entradas de Óliver e Diogo Jota. E seria o extremo português — na sequência de um cruzamento da direita — a dar a estocada final, aos 90+2’, após assistência de André Silva. Missão cumprida e comando reassumido, pelo menos até domingo à noite.     

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