Fair play financeiro e Marco Silva na encruzilhada do FC Porto

O técnico português é o escolhido para suceder a Nuno Espírito Santo, mas os “dragões” têm concorrência inglesa.

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Reuters/Dylan Martinez

Três anos, nove meses e duas semanas depois de conquistar o último troféu, o FC Porto prepara-se para recomeçar tudo outra vez. A atravessar a mais grave crise desportiva desde que Pinto da Costa assumiu a presidência do clube, os “dragões”, um dia depois de concluírem o campeonato, anunciaram a saída de Nuno Espírito Santo, e não perderam tempo na procura do seu sucessor. O escolhido é Marco Silva e o acordo com o antigo treinador do Hull City pode ser formalizado ainda nesta semana. A aposta no jovem técnico provocará uma mudança profunda na política desportiva dos “azuis-e-brancos” que, devido às regras de fair play financeiro da UEFA, terão que vender alguns dos principais activos.

O interesse do Watford e do Southampton é público, e o projecto da equipa em que joga Cédric agrada a Marco Silva, mas o futuro do treinador português pode não passar pela continuidade na Premier League. Depois de ter tentado contratar o técnico após a saída de Lopetegui – o Olympiacos impediu a mudança -, a primeira escolha do FC Porto volta a ser Marco Silva, e o treinador só não será o sucessor de Nuno Espírito Santo se não aceitar as condições oferecidas pelos “dragões”, que não terão que pagar qualquer indemnização ao Sporting: O “pacto de não concorrência” assinado entre Marco Silva e os “leões”, que obrigava o treinador a indemnizar os sportinguistas se assinasse pelo Benfica ou FC Porto, expira a 30 de Junho.

Apesar de as negociações entre as duas partes estarem bem encaminhadas, há, no entanto, arestas a limar entre o FC Porto e Marco Silva. Para além de as propostas ingleses serem mais vantajosas financeiramente - o treinador português já admitiu que gostava de continuar na Premier League -, o técnico pretende ter mais certezas sobre o futuro projecto dos “dragões”. Com prejuízos acumulados nas últimas três épocas superiores a 117 milhões de euros, um valor muito superior ao limite de 30 milhões permitido pelas regras do fair play financeiro da UEFA, o FC Porto terá que realizar um encaixe significativo no próximo mercado de transferências, o que pode obrigar os portistas a negociar jogadores como André Silva, Brahimi, Felipe, Danilo ou Ricardo Pereira, defesa que brilhou esta época no Nice.

Casillas de saída

Fora do novo projecto estará Iker Casillas. Após duas épocas nos “dragões”, sem qualquer título conquistado, o guarda-redes partiu para férias sem prolongar o contrato com os portistas e, na próxima época, é praticamente certo que o FC Porto terá um novo número 1. O internacional espanhol auferiu nos últimos dois anos um ordenado de cinco milhões de euros brutos por época, mas metade desse valor foi pago pelo Real Madrid. Porém, se existir uma renovação, o salário de Casillas terá de ser pago na totalidade pelo FC Porto, o que torna quase impossível a continuidade do guarda-redes no Dragão, a não ser que o espanhol aceite um corte substancial no seu ordenado.

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