Sporting passa no Estoril com pragmatismo mas sem alma

Um golo na primeira oportunidade retirou alguma pressão e um penálti “oferecido” ao cair do pano retirou o dramatismo. Os “leões” continuam sólidos na terceira posição, mas distantes de algo mais.

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Bas Dost abraça Bryan Ruiz, autor do primeiro golo do Sporting no Estoril LUSA/MÁRIO CRUZ

Um Sporting mais pragmático que convincente ultrapassou o obstáculo Estoril, na Amoreira, e manteve os dez pontos de distância para o líder Benfica no campeonato, quando ficam a faltar disputar apenas 11 jornadas. Jogar sem o capitão Adrien não é, definitivamente, a mesma coisa, mas o “leão” acabou por ser feliz nas raras ocasiões de golo que criou, até porque a equipa da casa, apesar de ter dado muita luta, teve pouco para oferecer ofensivamente.

Já houve algumas ocasiões esta temporada em que a equipa de Alvalade deslumbrou, mas saiu de campo de mãos a abanar, agora parece ter chegado a um ciclo de exibições sofríveis, mas com resultados satisfatórios. Foi assim com o Rio Ave, em casa, há uma semana; voltou a repetir-se no Estoril. Competir para solidificar o terceiro lugar da classificação e, ao mesmo tempo, esperar por um desastre dos dois adversários da frente parece não ser o mais motivador para um conjunto que liderava o campeonato há um ano, com mais 11 pontos do que actualmente.

Quase sem saber porquê, o Sporting acabou por sacudir grande parte da pressão que trazia para a Amoreira, logo aos 20’, com um golo inesperado de Bryan Ruiz. Até então, era o Estoril quem mandava no encontro, pressionando em todo o campo e deixando os visitantes bem distantes da sua baliza. E nada mudou substancialmente após o marcador ser inaugurado. Os “canarinhos” saíram para o intervalo com menos posse de bola, mas por cima em quase todos os restantes capítulos. Mas faltou, quase sempre, eficácia atacante.

Para render o lesionado (e castigado) Adrien, Jorge Jesus optou por uma solução mais conservadora e cautelosa. Palhinha regressou à equipa, agora com o guião do treinador mais decorado do que no jogo com o FC Porto, mas foi William a assumir a braçadeira e os terrenos do seu habitual companheiro no meio-campo. O resultado não foi brilhante, com os dois médios a pisarem muitas vezes os mesmos espaços e sem conseguirem ligar o jogo da equipa.

Sem fluidez ou dinamismo, com pouca intensidade e rara criatividade, o Sporting exagerava nos passes longos para Bas Dost. Quase todos acabavam por ser anulados pelo Estoril, que não perdeu a sua identidade frente a mais um “grande”. A equipa da casa lutava por cada jogada, corria muito, pressionava, mas não tinha tracção dianteira. Defensivamente, os “leões” cometeram poucos erros e quando não os conseguiram evitar, Rui Patrício soube estar à altura, mas longe do protagonismo que assumiu frente ao Rio Ave.

A vantagem mínima e a desinspiração, associada à crença dos estorilistas não avizinhava nada de bom para as hostes “leoninas”, mas, mais uma vez, a felicidade, que tantas vezes faltou esta época, bateu à porta dos visitantes. Num cruzamento de Schelotto, da direita, Bas Dost (em posição de fora de jogo) acabou puxado por Diakhité e o árbitro apontou para a marca do castigo máximo. A quatro minutos dos 90’, o próprio holandês encarregou-se de apontar o seu 18.º golo na Liga.

Os três pontos estavam conquistados e mantidas as distâncias para a liderança. As eleições voltam agora a assumir o protagonismo em Alvalade, numa semana em que o candidato Pedro Madeira Rodrigues prometeu anunciar a sua solução para o banco sportinguista.

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