"Es ist Zeit", rapazes

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Confesso que não tenho ligado muito à selecção. Ando meio desiludido com o futebol e isso não tem a ver só com Cristiano Ronaldo e companhia. Não tenho o entusiasmo do Euro 2004 ou do Mundial 2010. Esta não é a mesma selecção. Mas o Europeu começa agora e vem aí a Alemanha. Podia ser outra selecção qualquer, mas tinha de ser a Alemanha da senhora Merkel.

Não é só o resultado que está em jogo. Somo nós. Não tenho a táctica para ganhar aos alemães, mas temos de jogar com a mesma determinação com que Angela Merkel se atirou à dívida portuguesa. É por aí. Mais do que nunca quero ganhar aos alemães, mesmo que o Europeu acabe logo a seguir para nós. O Chelsea já deu frente ao Bayern, na final da Liga dos Campeões, algumas pistas. Se tivermos de jogar à Chelsea, que seja. Quero ver nos alemães a mesma tristeza e decepção que sentiram em Munique. Beckenbauer diria depois que temia que esta derrota afectasse a motivação da selecção, cuja base é o Bayern. Não podemos deixar que recuperem à nossa custa. Com os portugueses não.

Quero retribuir-lhes com golos os nossos juros, o nosso desemprego, o nosso aperto. À inflexibilidade económica de Merkel temos de responder com inflexibilidade futebolística no campo. Que bom seria celebrar uma vitória sobre a Alemanha. Era uma vingançazinha por tudo. Merecemos isso.

O árbitro é francês. Se a dupla “Merkozy” estivesse no poder, estava tentado a dizer que já perdemos. Hoje, saber que o árbitro é francês é uma boa notícia. Com Hollande a desafiar Merkel podemos ter mais um pouco de esperança.

“Es ist Zeit, rapazes!” (Está na hora, rapazes!)

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