Empate com o último confirma que FC Porto não está bem

Portistas deixaram dois pontos no terreno do Tondela e a exibição deve fazer os alarmes tocarem no Dragão.

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O FC Porto sentiu muitas dificuldades em Tondela Francisco Leong/AFP

“Empatar com o último” é uma expressão que não é muitas vezes escutada no FC Porto. Por isso, o nulo que os “dragões” registaram neste domingo contra a modesta equipa do Tondela (que já a temporada passada tinha ganho na Invicta) não pode deixar de causar incómodo entre os “azuis-brancos”. É que a equipa de Nuno Espírito Santo teima em não convencer e acumula resultados que alimentam a desconfiança em relação ao futuro.

Os números não mentem. Nos últimos quatro jogos o FC Porto tem apenas uma vitória. Nos últimos sete soma apenas três triunfos. E desde que a época se iniciou são mais as partidas em que deixou fugir pontos do que aquelas em que conquistou os três em disputa. Mas não são apenas os números a fazer os adeptos portistas franzir o sobrolho.

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As exibições têm estado longe de ser convincentes, com o técnico a promover várias alterações tácticas na estrutura da equipa e a ter apostas no mínimo questionáveis.

Frente ao Tondela, uma equipa que somava três derrotas e um empate nos quatro jogos que tinha disputado para a I Liga e que ainda não tinha somado qualquer ponto no seu estádio, Nuno Espírito Santo promoveu cinco alterações em relação ao “onze” que utilizou quarta-feira contra o FC Copenhaga, para a Liga dos Campeões. Deixou Marcano, Óliver, Danilo, Herrera e Corona de fora, fazendo entrar Boly (estreia absoluta), Rúben Neves, André André, Brahimi (titular pela primeira vez esta época) e Depoitre.

Mas o resultado das mudanças e da aposta num esquema táctico montado num 4x4x2 (que tinha dado boas indicações no jogo frente ao Vitória de Guimarães) foi invisível.

Durante toda a primeira parte, o FC Porto foi lento e revelou uma enorme dificuldade em criar perigo junto da baliza do Tondela, apesar de ter André Silva e Depoitre na frente de ataque. Foram 45 minutos desperdiçados nos quais, apesar de defrontar uma equipa “de outro campeonato”, fez apenas dois remates à baliza adversária (o primeiro dos quais ao minuto 39) e ambos inofensivos.

Esperava-se que o FC Porto surgisse diferente no segundo tempo, mas foi o Tondela a aparecer melhor. A ver o jogo fugir-lhe e o tempo escoar-se, Nuno Espírito Santo substituiu quase todos os jogadores da frente (manteve-se André Silva) mas foi já com Óliver em campo — o único que foi capaz de dar algum dinamismo aos movimentos ofensivos dos “azuis-e-brancos” — que o Tondela criou a primeira grande ocasião de golo do jogo, desperdiçada por Murillo quando estava na cara de Casillas.

Só nos últimos dez minutos da partida o Tondela sofreu. Acusando algum desgaste físico, a equipa de Petit recuou no campo e pode agradecer ao guarda-redes Claudio Ramos a igualdade — defendeu com classe remates de Adrián López e André Silva (este último ainda falhou uma outra boa jogada).

Muito pouco para a diferença que deveria existir entre as duas equipas e mais do que o suficiente para fazer os alarmes tocarem na casa do Dragão.

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