Em Madrid vai escrever-se mais um capítulo do jogo mais frequente nas provas da UEFA

Real Madrid defende vantagem obtida no terreno do Bayern Munique. Leicester City tenta dar a volta ao Atlético de Madrid

Foto
Ao contrário do que sucedeu em Munique, desta vez Gareth Bale vai ficar de fora, por lesão FILIP SINGER/EPA

Pela terceira vez nas últimas seis temporadas, Real Madrid e Bayern Munique são adversários na fase a eliminar na Liga dos Campeões. A frequência dos duelos entre estes dois gigantes do futebol europeu é tal que, esta noite, em Madrid, a segunda mão dos quartos-de-final (19h45, RTP1) proporcionará o 24.º encontro entre “merengues” e bávaros nas competições europeias – o que faz deste o desafio mais vezes repetido nas provas organizadas pela UEFA. Historicamente o equilíbrio é a nota dominante: nas 23 partidas anteriores houve dez triunfos do Real Madrid, 11 do Bayern Munique, e dois empates. A equipa de Zinedine Zidane defende a vantagem obtida em Munique (1-2), onde conseguiu fazer a reviravolta no marcador com um “bis” de Cristiano Ronaldo, que atingiu a marca dos 100 golos nas competições europeias.

“Temos de fazer um grande jogo. Já esquecemos a primeira mão, vamos entrar em campo para ganhar. O Bayern é uma equipa brilhante e vai pressionar-nos até ao fim. Eles têm muita qualidade, mas também alguns defeitos. Vamos preparar-nos bem, tal como fizemos na primeira mão”, vincou o treinador francês do Real Madrid.

Luka Modric, Sergio Ramos e Toni Kroos são os jogadores do Real Madrid em risco de suspensão se virem cartão amarelo, mas Zidane garantiu que não fará gestão de qualquer tipo: “Vamos jogar sem pensar nisso”. Gareth Bale, ainda a debater-se com problemas físicos, é carta fora do baralho. Isco, que rubricou uma excelente exibição no fim-de-semana, tendo liderado um “onze” maioritariamente composto por segundas escolhas no triunfo sobre o Sporting Gijón (2-3), é o provável substituto do galês – mas o técnico não deixou certezas. “Sei o que vou fazer, mas não vou dizê-lo. Tenho de fazer escolhas e fico satisfeito por elas serem difíceis. É bom sinal”, notou.

Há 16 anos que o Bayern Munique não vence no Santiago Bernabéu, mas os alemães estão obrigados a fazê-lo desta vez se quiserem avançar para as meias-finais da Liga dos Campeões. “Temos menos hipóteses do que há uma semana, mas ainda há possibilidades. Temos de tentar fazer um jogo perfeito, com personalidade e carácter”, vincou Carlo Ancelotti, que regressa a Madrid como visitante. Foi treinador dos “merengues” entre 2013 e 2015, tendo dado o décimo título de campeão europeu ao Real, na final disputada em Lisboa.

“Tenho memórias inesquecíveis do tempo que passei aqui, mas estou concentrado no que temos de fazer”, sublinhou o técnico italiano, desvalorizando a falta de acerto da equipa no empate do fim-de-semana perante o Bayer Leverkusen (0-0): “Quando crias situações para marcar significa que a equipa está a jogar bem. Temos de melhorar a finalização, mas não estou preocupado. Marcamos muitos golos.”

Outro dos semifinalistas da Liga dos Campeões sairá do Leicester City-Atlético de Madrid (19h45, SP-TV2), com os espanhóis a visitarem o campeão inglês em título com vantagem mínima, graças ao golo de Griezmann na primeira mão. Mas a missão dos “colchoneros” não será simples: há dois meses e meio que o Leicester City só ganha em casa, com 15 golos marcados e três sofridos nas seis partidas disputadas nas várias competições. “Estão em grande forma e de volta ao que faziam na época passada. Em alguns aspectos somos muito semelhantes e não deverá ser um jogo diferente daqueles que temos em Espanha – disputado e com pouca diferença no marcador”, previu Diego Simeone.

“Queremos agarrar as nossas oportunidades. Claro, espero que os jogadores desfrutem e joguem com um sorriso, porque é nessas alturas que tiramos o melhor deles, mas temos de ser inteligentes e estar alerta”, frisou Craig Shakespeare, o treinador que sucedeu a Claudio Ranieri e recolocou os “foxes” no rumo da manutenção na Premier League. Há precisamente oito anos, o Leicester City vencia o Southend por 2-0, no terceiro escalão do futebol inglês, e assegurava a subida ao Championship. “Não somos favoritos, mas estamos confortáveis com isso. Sabemos o que temos de fazer”, resumiu Shakespeare. E eles estão habituados a surpreender.

Sugerir correcção
Comentar