Domínio queniano nos Mundiais de crosse de Kampala

Prova decorreu na capital do Uganda.

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Um momento da corrida Reuters/JAMES AKENA

Sem surpresa, o Quénia dominou mais uma edição dos Campeonatos Mundiais de crosse, que se disputaram neste domingo, em Kampala, capital do Uganda, perante uma assistência entusiástica que mostrou como a corrida de longa distância tem no leste de África a sua grande pátria. Nas mulheres, as quenianas ocuparam as seis primeiras posições, facto sem precedentes; nos homens, outro queniano, Geoffrey Kamworor, renovou o título conquistado há dois anos, tendo, de permeio, obtido o título de campeão mundial da meia-maratona.

O triunfo de Kamworor teve o picante adicional do drama vivido pelo atleta da casa, Joshua Cheptegei, o sexto da final olímpica de 10.000m do Rio de Janeiro. Depois de se isolar na frente na companhia do queniano, Cheptegei fugiu-lhe e a um quilómetro do final ainda tinha 11 segundos de avanço sobre ele, parecendo certo o primeiro título mundial em crosse sénior para o Uganda. Porém, uma quebra a 500m do final permitiu a Kamworor passá-lo, como se nada fosse, e Cheptegbei acabaria por finalizar a passo, apenas no 30.º lugar.

Foi tudo rápido, mas ao contrário do velho adágio, doloroso. Kamworor terminou com 28m24s, sendo seguido pelo seu colega Leonard Barsotom (28m36s) e pelo etíope Abadi Hadis (28m43s), e a constância dos etíopes deu-lhes o terceiro triunfo colectivo seguido, com 21 pontos, apenas um ponto a menos que os quenianos, tendo o Uganda sido terceiro (72p). Melhor equipa de fora de África foi a dos Estados Unidos, no quinto lugar.

Nas mulheres, as quenianas Irene Cheptai (31m57s), Alice Aprot (32m01s) e Lilian Rengeruk (32m11s) selaram o pódio e a melhor não queniana foi a recordista mundial dos 3000m obstáculos, Ruth Jebet, também queniana de nascimento mas a representar o Barhein, em sétima. O inevitável triunfo colectivo do Quénia saldou-se pelo resultado recorde de 10 pontos, seguindo-se a Etiópia (45p) e o Barhein (58p), neste caso com a equipa todo constituída por africanas naturalizadas.

Portugal primou pela quase total ausência do certame, tendo corrido apenas duas juniores na prova de sub-20 anos, Catarina Guerreiro, que desistiu, e Beatriz Rodrigues, 87.ª entre 97 finalizadoras.

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