Dois velejadores portugueses confirmados na Volvo Ocean Race

Bernardo Freitas e Frederico Pinheiro de Melo vão fazer parte da tripulação da equipa Turn the Tide on Plastic

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Ainhoa Sanchez/Volvo Ocean Race

A Turn the Tide on Plastic, uma das sete equipas que vão participar na Volvo Ocean Race (VOR) 2017-18, confirmou nesta quinta-feira o nome de mais quatro velejadores que farão parte da tripulação que será liderada pela skipper britânica Dee Caffari e entre os nomes anunciados há dois portugueses: Bernardo Freitas e Frederico Pinheiro de Melo. Esta será a segunda vez que Portugal terá velejadores na maior prova de vela oceânica do mundo, que terá início a 22 de Outubro, em Alicante, rumando depois para Lisboa que será, meia dúzia de dias depois, o primeiro porto de abrigo dos Volvo Race 65.

Quase 45 anos depois do Sayulla II, um barco de bandeira mexicana comandado por Ramón Carlin, festejar a vitória na primeira edição da Whitbread Round the World Race, competição que em 2005 foi rebaptizada para VOR, aquela que é considerada a mais longa e difícil prova náutica do mundo terá pela segunda vez (depois de João Cabeçadas, em 1989) velejadores nacionais e um barco com bandeira portuguesa.

A Turn The Tide On Plastic, equipa que terá a bandeira de Portugal por via do investimento da Fundação Mirpuri, organização sem fins lucrativos criada pelo empresário Paulo Mirpuri, anunciou quatro novos velejadores para a sua campanha e, entre eles, estão Bernardo Freitas e Frederico Pinheiro de Melo. Os dois atletas olímpicos foram seleccionados depois de um período de testes que decorreu em Lisboa e Dee Caffari, skipper da equipa, considera que terá à sua disposição “muito talento jovem”. “Testámos oito velejadores portugueses, e no final seleccionamos o Bernardo e o Frederico. Em Portugal há pouca experiência em vela oceânica, mas há velejadores de elevado nível. Ambos são fisicamente muito fortes, e têm um excelente conjunto de competências”, declarou a experiente velejadora britânica.

Confessando que está a atravessar “um momento incrível”, Frederico Pinheiro de Melo admite que ainda não sabe que expectativa deve ter: “Ainda estou como peixe fora de água, mas a equipa tem sido excelente e acredito que vou melhorar todos os dias. Estou a treinar e a simular as várias manobras que devemos ter nas regatas offshore”. Em declarações ao PÚBLICO, o velejador português diz que apesar de a tripulação da Turn The Tide On Plastic ser “muito jovem”, houve “uma selecção exaustiva” e “ficaram os melhores”, deixando uma palavra para João Matos Rosa, que “apesar de não ter sido seleccionado continua a ajudar, mostrando uma grande atitude”. Lembrando que a equipa terá a “responsabilidade de levar a mensagem ecológica de virar a maré contra o plástico”, o velejador de 30 anos, que participou nos Jogos Olímpicos de 2012, reconhece que o desafio que o espera a partir de 22 de Outubro “não será agradável e vai ser duro”.

Ainda sem conseguir “digerir a notícia”, Bernardo Freitas diz que este é um objectivo pelo qual lutava “há muito tempo”. O velejador de Cascais confessa ao PÚBLICO que “ainda é tudo novidade” e antevê que “a parte mais difícil será saber quais são” os seus “limites”. “Vamos dormir molhados, estaremos privados do sono, vamos passar frio e calor, mas constantemente em regata. O grande desafio será passar por todas essas dificuldades com um sorriso na cara”, refere. Ainda sem objectivos definidos – “A equipa começou mais tarde e só agora estamos a iniciar o trabalho com a tripulação que vai estar na Volvo” -, Bernardo Freitas sublinha que é importante passar “a mensagem de sustentabilidade e de mudar a maré do plástico”, mas garante que a equipa, apesar de ser jovem, pretende mostrar que tem “talento para chegar longe”.

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