Se não fosse sofrido não era para o Atlético

Equipa de Diego Simeone está na final da Liga dos Campeões pela segunda vez em três anos. “Colchoneros” perderam no terreno do Bayern Munique (2-1), mas o golo apontado por Griezmann garantiu o apuramento

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Griezmann foi o herói Michaela Rehle/Reuters

O Atlético de Madrid é um daqueles emblemas para os quais nunca nada é fácil. Mas, se não fosse assim, não tinha o mesmo sabor. A equipa de Diego Simeone está na final da Liga dos Campeões pela segunda vez em três épocas, após ter afastado o Bayern Munique nas meias-finais. Os “colchoneros” até perderam no terreno dos bávaros (2-1) e sofreram até ao último instante, mas o golo marcado em Munique por Griezmann foi decisivo para apurar o Atlético, que na primeira mão, em Madrid, tinha vencido por 1-0. Com lugar garantido na final de 28 de Maio, em Milão, o “Atleti” fica à espera do vencedor da outra meia-final, decidida nesta quarta-feira entre Real Madrid e Manchester City, que pode muito bem ditar a repetição do “clásico” que teve lugar no Estádio da Luz, em Lisboa, há dois anos.

Nada é fácil para o Atlético de Madrid, que depois de ter derrubado o Barcelona nos quartos-de-final da Champions, viu o sorteio colocar-lhe no caminho o Bayern Munique na derradeira eliminatória antes da final. Mas, da mesma maneira que, no campeonato, a equipa de Simeone recuperou terreno e está agora em igualdade pontual com os catalães, os “colchoneros” mostraram que a sua coesão e espírito colectivo são capazes de mover montanhas.

Porém, antes de poder fazer a festa, o Atlético de Madrid teve de sofrer a bom sofrer. Perante um autêntico vendaval ofensivo protagonizado pelo Bayern Munique durante a primeira parte, os “colchoneros” chegaram a passar mal. Ao intervalo a equipa de Pep Guardiola vencia por 1-0, com 73% de posse de bola e tendo desperdiçado uma grande penalidade. Xabi Alonso, de livre directo, adiantou os bávaros no marcador, igualando a eliminatória. A bola passou entre as pernas de José María Giménez e sofreu um desvio que traiu Oblak. Müller, poucos minutos depois, desperdiçou uma oportunidade flagrante para ampliar a vantagem: num penálti a castigar falta de Giménez sobre Javi Martínez, o alemão viu o seu remate ser travado pelo guarda-redes esloveno.

O Bayern tinha o Atlético encostado às cordas. Mas, na segunda parte, Diego Simeone não hesitou em abdicar de um médio (Augusto Fernández) para lançar no jogo um atacante (Ferreira Carrasco). E a mudança teve efeitos quase imediatos na postura dos “colchoneros”, que conseguiram começar a contrariar a superioridade dos alemães.

Griezmann foi o herói do Atlético de Madrid, ao marcar o golo que garantiu ao clube a presença na terceira final da principal competição europeia (foi finalista derrotado em 1974 e 2014). O internacional francês restabeleceu a igualdade no início da segunda parte, surgindo isolado após um grande passe de Fernando Torres e mostrando total frieza perante Neuer. A mesma frieza que, no final do jogo, garantiu que a equipa mostrará na final: “Não tememos ninguém. Vamos continuar a trabalhar assim, com sangue-frio, seja quem for que defrontemos na final. Estamos lá e vamos celebrar.”

Os bávaros estavam obrigados a marcar dois golos para chegarem à final e ainda fizeram o 2-1 por Lewandowski (74’). O cruzamento foi de Coman, Vidal tocou de cabeça para o polaco que, sem oposição, cabeceou para o fundo da baliza. Ainda faltava muito tempo e a pressão do Bayern intensificou-se, mas o Atlético resistiu a tudo – Oblak teve uma intervenção salvadora nos instantes finais, a travar um remate de Alaba que sofrera um desvio traiçoeiro. Os “colchoneros” ainda tiveram uma grande penalidade a seu favor, mas Neuer imitou Oblak e também defendeu o remate de Fernando Torres. Se não fosse tão sofrido não seria tão heróico. O Atlético está na final e volta a sonhar com o título de campeão europeu.

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