Desprezado pelo Liverpool, “la joya” continua a cintilar em Turim

Contratado em 2015 ao Palermo por 32 milhões de euros, o internacional argentino Paulo Dybala herdou em Turim a camisola 21 de Andrea Pirlo e tem desempenhado com mestria o papel de “regista” da Juventus.

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Paulo Dybala, à direita, deverá voltar a surgir hoje no apoio a Gonzalo Higuaín GIORGIO PEROTTINO/REUTERS

Em 2014, Maurizio Zamparini, que em Fevereiro abandonou o cargo de presidente do Palermo após 15 anos na liderança do clube siciliano, não poupou nos elogios a Paulo Dybala: “Dentro de dois anos, será melhor do que Cristiano Ronaldo, Messi ou Ibrahimovic.” A previsão do empresário italiano, que procurava valorizar o principal activo da sua equipa, pecou por excesso de optimismo, mas 28 meses depois da profecia de Zamparini, os 32 milhões de euros que a Juventus pagou por “la joya” revelaram-se uma pechincha. Com 36 golos em 76 jogos pelos “bianconeri”, Dybala é desejado pelos “grandes” de Espanha e Inglaterra, e os sete milhões de euros por época oferecidos pela “vechia signora” ao argentino para renovar o seu contrato prometem ser curtos para que “la joya” continue a cintilar em Turim.

Aos dez anos assinou o primeiro contrato com o Instituto, aos 17 estreou-se pelos seniores na segunda divisão argentina e, nessa mesma temporada, tornou-se no mais jovem jogador a marcar pelo clube de Córdoba, estabelecendo um recorde que pertencia a um dos ícones do país das Pampas: Mario Kempes. Adepto do Boca Juniors e fã de Riquelme, Dybala nunca chegou a jogar na primeira divisão do seu país, mas isso não impediu que o seu talento fosse detectado pelos departamentos de prospecção de vários clubes europeus. Uma das primeiras equipas a colocar Dybala sob apertado escrutínio foi o Liverpool, mas apesar de o jovem argentino ter passaporte polaco, o que permitiria contornar as rígidas permissões de trabalho no Reino Unido para cidadãos oriundos de países de fora da União Europeia, a decisão final dos “reds” não foi favorável à contratação do avançado. Zamparini agradeceu a benesse e, em Abril de 2012, o Palermo anunciou a contratação do “novo Aguero”.

Com apenas 18 anos, Dybala começou por sentir dificuldades em Itália e após 28 jogos e três golos, o final da primeira temporada do argentino na Europa terminou com uma incómoda despromoção à Serie B. No entanto, a passagem pelo segundo escalão transalpino foi fugaz. Com 16 pontos de vantagem sobre o segundo classificado, o Palermo conseguiu a promoção e Dybala regressou com estrondo à elite italiana: em 2014-15, apontou 13 golos em 35 jogos e a Juventus não hesitou em comprar “la joya” por 32 milhões de euros.

Em Turim, com a responsabilidade de substituir Carlos Tévez e o peso de usar a camisola 21, que até aí pertencia a Pirlo, Dybala mostrou ter, para além de uma indiscutível qualidade técnica, uma enorme maturidade e no final dos primeiros seis meses na “vechia signora” tinha um rácio de um golo a cada 151 minutos, números superiores aos alcançados por Tévez e Del Piero na época de estreia pela Juventus.

Apesar de um início de época conturbado, após sofrer uma lesão muscular que o afastou um mês dos relvados, Dybala marcou nove golos nos últimos 15 jogos e a lista de potenciais interessados aumenta quase diariamente, prometendo para o final da época mais um encaixe milionário para Andrea Agnelli, presidente do rival do FC Porto.

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