Despedida à chuva, vemo-nos do outro lado do mundo

O Rio de Janeiro passou a chama olímpica a Tóquio, numa cerimónia que só animou perto do fim e com as bancadas do Maracanã com algumas clareiras.

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Sim, o Rio de Janeiro também tem Inverno. Não é só calor e sol todos os dias. E mais do que nunca, durante os últimos dias 17 dias, sentiu-se o Inverno no Rio de tudo o que isso implica. Vento, chuva e frio apareceram em força para a Cidade Maravilhosa se despedir dos Jogos da XXXI Olimpíada e passar a chama olímpica a Tóquio, que será em 2020 o próximo anfitrião da festa. Sem Michel Temer, para não haver risco de assobios (como aconteceu na abertura) e com as bancadas do Maracanã bastante vazias, a contrastar com o que se vira no dia anterior, um imenso mar amarelo a vibrar com o título olímpico do Brasil no futebol.

Ouviu-se a música de Dancing Days, depois apareceu Martinho da Vila para o samba e foi com samba que entraram no estádio os atletas que ainda estavam no Rio para um último momento olímpico, divididos por comitivas identificadas pelas bandeiras – Telma Monteiro, a única medalhada portuguesa nos Jogos, foi quem levou a bandeira nacional – num desfile, como é habitual, sem chamada por país, e bem mais anárquico e menos coreografado do que o da abertura. Nem todos tinham capas para a chuva, mas todos dançaram, sorridentes e ficaram sentados (à chuva) para ver o resto do espectáculo – mas nem todos ficaram para o fim.

Ouviram-se quatro hinos durante a cerimónia. O do Quénia, para a entrega da medalha de ouro ao vencedor da maratona, Eliud Kipchoge, o do Brasil, país organizador, o da Grécia, pátria dos Jogos, e o do Japão, o próximo anfitrião – Eduardo Paes, o prefeito do Rio, fez a passagem da bandeira olímpica ao governador de Tóquio, e não se livrou de alguns assobios. O espaço onde costuma estar a relva do Maracanã transformou-se por momentos numa enorme bandeira japonesa, fundo branco e bola vermelha que, depois, foi ocupado por uma mensagem de arigato/obrigado ao Brasil.

Seguiu-se uma amostra do que o Japão tem para exibir daqui a quatro anos. Onze minutos de anime, jogos de computador, Hello Kitty, Tsubasa, Doraemon e um primeiro-ministro japonês a transformar-se em Super Mário e a viajar pelo centro da terra para surgir no meio do Maracanã. A contrastar com o samba e frevo brasileiro, o Japão soa a techno e brilha com luzes de néon. Daqui a quatro anos, os Jogos vão estar de volta à Ásia e ao Japão, que os receberá pela segunda vez – a primeira foi em 1964, também em Tóquio.

Era uma noite de despedidas. Carlos Nuzman, o presidente do Comité Olímpico do Brasil e do Comité Organizador dos Jogos, mal conseguia segurar os papéis com o seu discurso em várias línguas, devido ao vento, e congratulou-se por uma cidade que “mostrou a sua beleza e capacidade para organizar o evento mais importante do mundo”. Thomas Bach, presidente do Comité Olímpico Internacional (e sempre apresentado, para que ninguém se esqueça, como antigo campeão de esgrima), agradeceu aos cariocas e garantiu que a cidade vai ficar melhor depois de o comboio olímpico ter passado.

Bach já não ficará no Rio para ver. Não será ele que terá de lidar com o legado (ou a falta de um) destes Jogos . São os cariocas e todos os brasileiros que farão essa avaliação. Os que estavam no Maracanã gritaram “oooohhhh” quando Bach declarou oficialmente encerrados os Jogos da XXXI Olimpíada. Mas este momento do discurso de Bach não foi exactamente o fim. E quando o samba voltou é que as coisas aqueceram. Começou na Cidade Maravilhosa, continuou com Sassaricando e muitos outros enredos de Carnaval, uma explosão única e harmoniosa de cores e sons habituais no Verão carioca, mas que também ficam bem no Inverno. “Aquele abraço”, como diria Gilberto Gil. Foram-se os Jogos e o Rio de Janeiro continua lindo.

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