Derrota na Champions é sinónimo de futuro incerto para Wenger, Tuchel e Enrique

O que pode acontecer depois dos desaires de Arsenal, Borussia Dortmund e Barcelona na Liga dos Campeões.

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Luis Enrique, treinador do Barcelona YOAN VALAT/EPA

Arsène Wenger é muito mais que um treinador no Arsenal e deve ser um dos poucos técnicos do mundo que deixou de depender de resultados. Mas a seca de títulos tem desgastado o francês e a falta de competitividade europeia que o Arsenal demonstrou em Munique (derrota por 5-1 com o Bayern) pode fazer com que a era Wenger esteja nos seus últimos dias, falando-se, entre outros, do português Leonardo Jardim. Mas o Arsenal não será o único participante na dança de cadeiras que irá acontecer entre a elite do futebol europeu no final da época. No Borussia Dortmund e no Barcelona, as derrotas, respectivamente, frente a Benfica (1-0) e PSG (4-0) criaram enormes dúvidas quanto ao futuro de Thomas Tuchel e a Luis Enrique.

O vínculo de Wenger com o Arsenal termina no final da presente temporada e já lhe ofereceram um novo contrato, mas o francês diz que ainda não tomou a decisão. “Provavelmente em Março ou Abril”, limitou-se a dizer o técnico de 67 anos. O principal problema de Wenger no Arsenal é precisamente o tempo. Ou seja, está lá há 21 anos e não é campeão inglês desde 2004 (o último dos seus três títulos, e em 2016-17 já está dez pontos atrás do líder Chelsea) e os adeptos dos “gunners” dificilmente se contentam em ganhar a Taça de Inglaterra de vez em quando. E também não devem engolir com grande facilidade as sucessivas eliminações europeias nos oitavos-de-final.

O problema de Tuchel no Dortmund é diferente. Se na época passada, o Dortmund ainda andou nos calcanhares do Bayern até quase ao final da época (ficou a dez pontos dos bávaros), agora é um modelo de irregularidade e já não é só atrás do Bayern que está — RB Leipzig e Eintracht ocupam os outros lugares do pódio na Bundesliga. A derrota europeia na Luz não foi humilhante e o Borussia até jogou bem, mas o que é mais preocupante, na perspectiva do Borussia, é ter ganho apenas dois dos últimos sete jogos na Bundesliga.

No Camp Nou, fala-se de crise de identidade e a derrota estrondosa do Barcelona em Paris pode ter consequências que vão para lá da continuidade de Luis Enrique. O contrato de “Lucho” termina no final da temporada e para o seu lugar fala-se de Jorge Sampaoli, mas, mais alarmante para o “Barça” é que Lionel Messi, cujo contrato termina em 2018, ainda não renovou. Diz o El Mundo que o craque argentino não vai assinar nada enquanto não souber quem será o treinador na próxima época, o que parece indiciar que não será o asturiano, bicampeão espanhol e campeão europeu em 2015.

É verdade que, na Liga espanhola, está a apenas um ponto do líder Real Madrid, mas tem mais dois jogos disputados. E é nestas alturas que se pensa no que era o Barcelona de Guardiola, fundado em La Masia e com “tiki taka”. A versão de “Lucho”, em que tudo depende do tridente Suaréz-Neymar-Messi, é quase uma traição aos tempos de Pep. Santi Giménez, no AS, traçou o diagnóstico: “O naufrágio e a humilhação [...] colocam a nu a triste realidade de uma equipa que é um absoluto desastre táctico, físico e moral.”

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