Daniel Mestre conquistou a amarela da Volta, em Braga

Os últimos quilómetros da etapa tiveram um episódio caricato, com o fugitivo Wilson Diaz a festejar a vitória na penúltima passagem pela meta.

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A Volta a Portugal tem um novo líder LUK BENIES/AFP

Daniel Mestre (Efapel) venceu a primeira etapa da Volta a Portugal, na chegada a Braga. O ciclista português foi o mais forte na meta instalada na Avenida da Liberdade, batendo, ao sprint, David Vigano (Androni) e José Gonçalves (Caja-Rural).

Mestre é o novo camisola amarela, depois de destronar Rafael Reis (W52-FC Porto), que perdeu o contacto com o pelotão a 12 quilómetros do final. 

Na classificação geral, Daniel Mestre tem seis segundos de vantagem sobre José Gonçalves e nove sobre Jóni Brandão (Efapel), dois dos principais corredores nacionais.

O alentejano Daniel Mestre, vencedor do dia, falou após a etapa. “Estava confiante e consegui concretizar um sonho”, assumiu Mestre, que explicou o sprint final: "Ainda estava longe quando ele [Vigano] lançou o sprint, mas acreditei que conseguiria vencer e venci”. Apesar de estar de amarelo, o ciclista da Efapel lembrou que o objectivo da equipa é conseguir que Jóni Brandão chegue de amarelo a Lisboa e vença a Volta pela primeira vez.

Já Rafael Reis, anterior camisola amarela, mostrou-se resignado e falou de um mal menor. "As coisas assim [sem a amarela] ficam mais fáceis. A Efapel é que terá de trabalhar", atirou o ciclista da W52-FC Porto.

Depois do prólogo de quarta-feira, em Oliveira de Azeméis, a primeira etapa “a sério” da Volta a Portugal correu-se na direcção norte. O pelotão da Volta saiu da praia do Furadouro, em Ovar, com destino a Braga, numa tirada de 167,4 quilómetros que levou os ciclistas até ao Minho.

A primeira etapa terminou com um circuito na cidade de Braga, levando os ciclistas a passar duas vezes pelo Bom Jesus do Monte e pelo alto do Sameiro, dois pontos emblemáticos da "cidade dos arcebispos". No Sameiro, os corredores ultrapassaram duas contagens de montanha de segunda categoria, com a última escalada a oito quilómetros da meta.

Rafael Reis partiu para a estrada vestido de amarelo, com três segundos de vantagem para Jóni Brandão e quatro para José Gonçalves e para Daniel Mestre, que lhe "roubou" a liderança.

A tirada começou bastante animada, com várias tentativas de fuga. Conseguiu escapar do pelotão um grupo com William Clarke, Sergey Luschenko, Nuno Meireles e Bruno Arminail. A partir daí, foi uma etapa tranquila, com a vantagem dos fugitivos a sofrer bastantes flutuações. A 47 quilómetros do final, a fuga tinha 2m20s de vantagem sobre o pelotão.

No pelotão, apesar da tranquilidade, registaram-se duas quedas, com a segunda a provocar o abandono do dinamarquês Frederik Zeuner (Christina Jewelry), que terminou, recentemente, os campeonatos de contra-relógio da Dinamarca no 29.º lugar.

Com a aproximação à meta, o pelotão reduziu a vantagem da fuga, que foi alcançada a 30 quilómetros do final, antes do início da primeira subida ao Sameiro. E foi também nesta altura que começaram os primeiros ataques no pelotão. O colombiano Wilson Ramiro Diaz (Funvic) atacou e conseguiu uma vantagem de mais de um minuto. Na primeira passagem pelo alto do Sameiro, Diaz passou na frente (10 pontos), seguido de João Gaspar (8) e Henrique Casimiro (6), dois ciclistas integrados num grupo intermédio, que acabou por ser “engolido” pelo pelotão liderado pela W52-FC Porto.

Mas foi na primeira passagem pela meta que aconteceu um momento caricato do dia. Wilson Diaz passou isolado na Avenida da Liberdade e festejou, pensando que tinha conseguido a vitória na etapa. Mas não. Ainda faltava mais uma volta ao circuito – cerca de 16 quilómetros.

Os fugitivos (Diaz já tinha a companhia do cazaque Stalnov) foram apanhados a nove quilómetros do final, poucos metros antes da segunda passagem pelo alto do Sameiro, em que Frederico Figueiredo (Boavista) passou em primeiro lugar.

Com a meta instalada poucos metros depois do final da última descida, o pelotão, comandado pela Efapel, entrou muito alongado nos últimos metros. Filipe Cardoso lançou o seu companheiro Daniel Mestre, que bateu o italiano Davide Vigano e o português José Gonçalves.

Nesta sexta-feira, na segunda etapa, os ciclistas percorrerão 160 quilómetros, entre Viana do Castelo e Fafe, numa etapa que terá cerca de dois quilómetros em terra, na passagem pelo troço mítico do Rali de Portugal, o “salto da pedra sentada”.

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