COI exige mudanças no processo de atribuição dos Jogos

Presidente do organismo entende que os actuais procedimentos com vista ?à escolha da cidade anfitriã produzem “demasiados perdedores”.

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Reuters/OLIVIA HARRIS

O Comité Olímpico Internacional (COI) insiste na necessidade de avançar com mudanças no processo de atribuição da organização dos Jogos Olímpicos, uma posição que poderá resultar na escolha dos anfitriões das Olimpíadas de 2024 e 2028 em Setembro próximo.

Uma carta escrita pelo porta-voz do presidente do organismo, a que a agência AP teve acesso, sugere ajustamentos na forma como as cidades-sede são escolhidas. E enquadra esta necessidade com uma frase proferida no ano passado por Thomas Bach, líder do COI: “O processo produz demasiados perdedores”.

Em Dezembro, Bach lançou a ideia de atribuir em simultâneo a organização dos Jogos Olímpicos de Verão de 2024 e 2028. Los Angeles e Paris são, a este respeito, os candidatos que restam de uma lista que começou por abranger cinco cidades. Isto depois da retirada de última hora de Budapeste, capital da Hungria, nesta semana.

O COI já reconheceu tratar-se de mais um golpe, ainda que não tenha, até à data, sido oficialmente notificado da decisão do Governo húngaro. “É agora claro que uma candidatura promissora aos Jogos Olímpicos foi usada para promover uma agenda alargada de política doméstica”, lamenta o porta-voz Mark Adams, na referida carta.

O representante do organismo lembrou, também, que no coração da “Agenda 2020” delineada por Thomas Bach está a necessidade de tornar o processo de candidaturas mais atractivo e menos oneroso para as cidades proponentes. “Todos os três candidatos tornaram claro que não teriam avançado com as propostas sem a Agenda Olímpica 2020”, esclareceu Adams.

Esta será, porém, apenas uma das frentes da reforma preconizada por Bach. A confirmar-se a entrega conjunta, em Setembro, da organização das edições de 2024 e 2028, o COI poderá ficar com mais um problema em mãos, já que as propostas apresentadas por Los Angeles e Paris são válidas exclusivamente para 2024. Replicar os planos em 2028 implicaria mexidas profundas, uma vez que muitos dos contratos já assinados — para construção e usufruto dos estádios — foram feitos à medida da edição que terá lugar dentro de sete anos.

Numa entrevista realizada na semana passada, Thomas Bach insistiu na alteração do processo e essa ideia foi reforçada na carta, destinada a “consumo interno”. “A situação política no nosso mundo tão frágil requer que sejamos capazes de ajustar os trâmites das candidaturas”, enuncia. com agências    

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