Bruno de Carvalho revela que Octávio Machado foi apenas "a terceira escolha"

O líder dos sportinguistas considerou que as críticas do ex-director vieram “na pior altura possível”, considerando que Machado tem “necessidade de protagonismo”.

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Bruno de Carvalho disse ainda que vive com o estigma de ter cuspido no presidente do Arouca Enric Vives-Rubio/ARQUIVO

O presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, respondeu nesta quinta-feira às críticas de Octávio Machado e revelou que o ex-director para o futebol dos “leões” foi somente “a terceira escolha” para o cargo no clube de Alvalade.

Em entrevista à Sporting TV, o líder leonino considerou que as palavras do ex-dirigente à CMTV, nas quais expressou o seu desagrado pela forma como saiu do Sporting, vieram na "pior altura possível", acusando-o ainda de possuir uma "necessidade de protagonismo" e de não ter "senso nenhum" no seu discurso.

"Não é público por exemplo que o Octávio foi a terceira escolha. A primeira escolha não aceitou, a segunda recusei por ser o ‘pai da cartilha' e, depois, surgiu o Octávio. Fiquei espantado com alguém que se diz tão frontal enviar uma carta em vez de pedir uma reunião. Não sou homem de e-mails, isso não é no Campo Grande, é na Segunda Circular", afirmou.

Sem deixar de agradecer o trabalho desenvolvido pelo antigo director no clube, Bruno de Carvalho lamentou, porém, esta recente entrevista. Ainda assim, o presidente dos “leões” assegurou que o Sporting vai continuar a defender o ex-dirigente nos processos ainda em curso nas instâncias disciplinares.

A entrevista ao canal de televisão do clube assinalou também o fim do castigo de 113 dias que foi aplicado a Bruno de Carvalho, tendo o presidente do Sporting realçado que "o pior castigo de sempre desde o caso Apito Dourado" serviu para lhe confirmar que "há ainda muito para mudar" no futebol português.

"Não me deixo condicionar pelas estruturas do futebol, deixo-me condicionar pela minha família e pela lei. O Vítor Pereira (ex-presidente do Conselho de Arbitragem) não deixará saudades nenhumas ao futebol português. Voltei a dizê-lo. Se isto dá direito ao pior castigo de sempre, estamos a atravessar um período de loucura", frisou.

Processos e castigos

Paralelamente, Bruno de Carvalho reiterou a sua indignação por não haver uma decisão final sobre o caso do túnel de Alvalade, no qual protagonizou na última época um desentendimento com o seu homólogo do Arouca, Carlos Pinho, prometendo uma reacção nos tribunais.

"Há nove meses que tenho o estigma de ter cuspido em alguém e isso, só por si, já é um castigo. Dizem que algo saiu da minha boca na sequência de um encontrão do presidente do Arouca. Se sai de um encontrão, é involuntário. Isto vai ter consequências, inclusive com pedidos de indemnização que eu vou fazer a toda a gente que me deixou com este estigma", avançou.

Questionado se os processos em que é visado demonstram um suposto poder do Benfica sobre as estruturas do futebol português, o líder do Sporting comentou a percepção de "um poder avassalador" do rival, mas garantiu que esta temporada haverá novidades em vários casos a envolver o emblema da Luz.

"Foi o Gilberto Madaíl, um ex-presidente da FPF, a dizer que todas estas revelações são mais graves do que o Apito Dourado. Não vou deixar que as pessoas se desfoquem. Vamos ter uma época desportivamente interessante, mas também com o vídeo-árbitro, o caso dos e-mails, dos vouchers e dos SMS. Tudo isso vai mexer", referiu.

Já sobre a nova época, Bruno de Carvalho alertou para a necessidade de os “leões” "fazerem muito mais" do que na última e apontou os objectivos para a "conquista de títulos" pela equipa orientada pelo técnico Jorge Jesus, admitindo ainda que o "plantel está 99 por cento fechado", apesar de poderem registar-se saídas perante "propostas irrecusáveis".

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