Bruno de Carvalho: “Há um lápis vermelho no futebol português”

O presidente do Sporting quer mudar a percepção que diz existir e que deixa passar a imagem de que os “leões” não têm poder.

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Bruno de Carvalho LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

Bruno de Carvalho, presidente do Sporting, comentou nesta quarta-feira, na TVI, o castigo de 113 dias de suspensão de funções que o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol lhe aplicou. O líder “leonino” queixou-se de haver pessoas na justiça desportiva que são “mais papista do que o papa”, discordando da interpretação que foi feita das suas palavras, proferidas em 2015, sobre o anterior presidente do Conselho de Arbitragem, Vítor Pereira, e que motivaram uma queixa por parte do Benfica.

Na opinião do presidente “leonino” há um “lápis vermelho no futebol”, deixando no ar a ideia de que o Benfica tem influenciado algumas das decisões da justiça desportiva nos últimos tempos. E avançou com os motivos que considera incompreensíveis relativamente ao castigo que lhe foi aplicado.

“Sou punido por três infracções autónomas mas o acórdão dispensa de as analisar individualmente. Quisemos juntar ao processo vídeos com o que eu disse, porque estamos a falar de declarações que foram públicas e nunca aceitaram. Foi tudo por notícias de jornais”, referiu o líder sportinguista.

Bruno de Carvalho relembrou as declarações em causa e que visavam Vítor Pereira, o então presidente do Conselho de Arbitragem — o senhor Vítor Pereira não fez bem nenhum ao futebol, não teve bom senso em várias nomeações, não teve mão na sua casa porque só saíram para o público notas contra árbitros em jogos relacionados com o Sporting — e considerou que foi feita uma avaliação abusiva das suas frases.

“Uma análise minha opinitiva sobre Vítor Pereira transformou-se numa análise sobre uma classe inteira”, acrescentou. E concluiu dizendo: “É inacreditável como se dá um castigo a uma pessoa por dizer factos.”

Questionado sobre quem são os grandes inimigos do Sporting no futebol nacional actualmente, Bruno de Carvalho apontou baterias para outros alvos que não apenas os rivais do outro lado da Segunda Circular. “O Sporting está a dez pontos do primeiro lugar mas continuo a ser um alvo a abater. Neste momento, o nosso maior inimigo é a falta de organização do futebol português, o medo de fazer várias alterações e, sobretudo, o vivermos de percepções. Há a percepção de que o Sporting não tem poder e as pessoas gostam de estar com os vencedores. As pessoas viram-se para quem acham que tem poder”, declarou.

Garantindo que iria continuar a dizer o quer pensa apesar da punição de que agora foi alvo — “tirar-me do relvado, da área técnica está mal, mas tirar-me o direito de actuar como presidente do Sporting? — disse perceber por que motivo é um alvo: “Toda a gente no futebol sabe algo sobre a outra pessoa. No futebol há uma regra de ouro. Não se diz o que se quer. Diz-se o que está pré-definido. E eu sou um perigo porque posso dizer o que quero.”

Por fim, e interrogado sobre se se considera um “provocador”, Bruno de Carvalho recusou esse adjectivo. Mas acrescentou: “Reajo e não sou de virar a cara.”

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