Sporting falha ajuste de contas e deixa Benfica mais perto do título

Vitória voltou a fazer uma desfeita a Jesus e saiu de Alvalade por uma passadeira vermelha rumo ao “tetra”. Dois golos de bola parada resumiram o 300.º derby.

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LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

Quando o Sporting deixou prematuramente de entrar nas contas do título e falhou o ataque a todas as restantes competições, o segundo derby da temporada com o Benfica passou a ser um alvo para minimizar o desastre desportivo. Jorge Jesus preparou minuciosamente este encontro, a equipa até correspondeu, mas voltou a falhar no resultado (1-1). A ganhar desde os cinco minutos, os “leões” deixaram-se empatar e abriram uma passadeira vermelha em Alvalade para um inédito tetracampeonato do grande rival.

É oficial e definitivamente horribilis a segunda época de Jesus à frente do Sporting. E para piorar o contexto negativo do veterano treinador, voltou a ser o Benfica de Rui Vitória a entrar nos seus pesadelos. Perdeu o último campeonato com uma derrota em Alvalade com os “encarnados”; descolou do topo da classificação esta época, após um novo desaire com a sua ex-equipa, na 13.ª jornada. Sobrava fazer agora alguma diferença nas contas do título, que poderia permitir ao FC Porto alcançar os tricampeões nacionais. Novo falhanço rotundo.

É verdade que os “leões” começaram a partida a ganhar, antes de se concentrarem defensivamente para tornar inócua a reacção “encarnada”. Melhoraram ofensivamente na segunda metade, bem mais aberta e emocionante do que a primeira, mas quando era menos previsível, o adversário empatou de livre.

O que sobrou de intensidade nos primeiros 45’ faltou em lances de perigo junto das duas balizas. Uma entrada frenética dos homens da casa colocou o Benfica em sentido e em terrenos recuados. A pressão alta e agressiva do Sporting provocou alguma intranquilidade ao adversário e precipitou o erro. Foi o que aconteceu logo aos 3’, quando uma troca de bola entre Luisão e Ederson foi interceptada pelo felino Bas Dost, com o guarda-redes a derrubar o ponta-de-lança holandês.

Sem dúvidas, Artur Soares Dias apontou para a marca de castigo máximo e o capitão Adrien encarregou-se de abrir o marcador, de forma irrepreensível, com bola para um lado e Ederson para o outro. Com apenas cinco minutos decorridos, a partida prometia abrir-se à espectacularidade, já que obrigava os visitantes a subirem no terreno e a abrirem espaços na retaguarda.

Apenas a segunda dedução se concretizou. Como era expectável, os “leões” baixaram um pouco, convidando o adversário a subir o bloco, mas as equipas acabaram por encaixar-se, com muitos duelos individuais e disputados numa curta faixa de terreno no meio-campo, onde toda a gente se concentrava.

Sem conseguirem progredir e criar lances de perigo, os “encarnados” exploravam preferencialmente o flanco esquerdo, para onde Jefferson a regressou, com Bruno César na sua frente (Paulo Oliveira no eixo defensivo, no lugar de Ruben Semedo, foi a outra novidade de Jesus). Ambos tiveram as maiores dificuldades em travar as progressões de Nélson Semedo e Salvio, mas estas tiveram poucos efeitos práticos. A ausência de Jonas (que não recuperou totalmente dos problemas físicos que o afectaram durante a semana e foi rendido por Cervi, com Rafa a fazer o seu lugar no apoio a Mitroglou) tirava capacidade à sua equipa de segurar a bola no ataque.

Na verdade, o Benfica só conseguiu dar sinais de vida ofensivos nos últimos instantes da primeira metade, que poderia ter encerrado como começou, caso o árbitro tivesse penalizado uma falta de Schelotto sobre Grimaldo, aos 40’, na área “leonina”. Não foi assim e o próprio lateral espanhol ainda procurou inverter a sorte, na cobrança de um livre já em cima dos 45’, ao cobrar um livre que fez Rui Patrício brilhar.

As amarras táticas da metade inicial ficaram nos balneários e o jogo abriu no segundo tempo. A partida tornou-se mais viva, com mais espaços e dividida. Os “leões” voltaram a entrar melhor, com um jogo ofensivo mais apoiado e consequente, que se traduziu em alguns lances de perigo. Rui Vitória arriscou logo aos 58’, reforçando o ataque com Raúl Jiménez (saiu Rafa), mas acabou por ser um defesa central a fazer a diferença. Um livre directo, aos 66’, foi cobrado exemplarmente por Lindelof e deixou Rui Patrício colado ao chão, de joelhos.

Dois golos de bola parada a fazerem a história do 300.º derby (contabilizando todas as competições), com sabor amargo para o Sporting. Rui Vitória parece ter o caminho aberto para o título. O tetracampeonato está agora mais perto de ser uma realidade e foi com Jorge Jesus que tudo começou.     

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