Benfica regista o maior lucro da história

A SAD benfiquista atingiu um total de 44,5 milhões de euros positivos no exercício de 2016-17

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Rui Gaudencio

Numa altura em que a equipa de futebol atravessa um período de maus resultados, as finanças da SAD do Benfica registam números bem positivos. As vendas de alguns dos jogadores mais cobiçados, bem como os proveitos oriundos do novo contrato de direitos de transmissão televisiva permitem aos “encarnados” apresentar um lucro de 44,5 milhões de euros no exercício 2016/17, algo sem paralelo na história dos benfiquistas.

Os valores apresentados nesta terça-feira, no Estádio da Luz, representam um crescimento para o dobro do resultado líquido da SAD benfiquista. Até ao momento, o valor máximo que tinha sido registado havia sido de 20,4 milhões em 2015-16. Isto significa que, de um exercício para o outro, o Benfica mais do que duplicou os seus lucros, levando agora quatro anos seguidos com resultados líquidos positivos.

Mas não foram só estas as boas notícias para as finanças da SAD “encarnada”. O relatório e contas regista que foi possível reduzir o passivo bancário em 88,9 milhões de euros, sendo este um dos principais propósitos anunciados por Luís Filipe Vieira para o seu novo mandato como presidente do Benfica. Esta redução foi, contudo, compensada por empréstimos obrigacionistas que totalizaram os 59,3 milhões de euros.

As contas da Benfica SAD mostram ainda que o activo aumentou e o passivo reduziu. Enquanto o primeiro subiu 6,2% (29,7 milhões de euros), o segundo diminuiu 3,7% (17,1 milhões de euros). Estas oscilações fazem com que o activo da Benfica SAD totalize 506,1 milhões de euros e o passivo 438,3 milhões de euros. Na nota enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e que acompanha o Relatório e Contas, o Benfica destacou ainda que “o passivo corrente apresenta uma diminuição de 122 milhões de euros, dado que os compromissos com os empréstimos obtidos foram reestruturados e passaram para o passivo não corrente”.

Vendas de jogadores renderam 123 milhões

As boas notícias para as “águias” estendem-se também ao montante das receitas. Quer a SAD benfiquista quer o próprio grupo SLB anunciaram ter batido recordes neste capítulo. Se em 2015-16 a SAD obteve 211 milhões de euros de receitas, no exercício agora apresentado elas aumentaram para 253 milhões. Já quanto ao grupo SLB, dos 236 milhões de euros encaixados no exercício anterior passou-se para os 285 milhões.

Detalhando o montante das receitas, percebe-se que a venda do passe de jogadores foi uma das grandes alavancas para o aumento registado. Contudo, de acordo com os “encarnados”, e mesmo sem contar com esse valor, entraram na Luz 128,2 milhões de euros – um crescimento de 1,7% em relação ao período homólogo e em grande medida justificado com o incremento dos valores recebidas por conta da renegociação do contrato com a NOS, relativo aos direitos de transmissão televisiva (mais 5,3 milhões de euros).

Já a transferência de jogadores surge como uma das principais alavancas para os números positivos que o Benfica apresenta. Segundo o emblema “encarnado”, a venda dos passes de Gonçalo Guedes, Hélder Costa, Ederson e Victor Lindelöf renderam mais de 123 milhões de euros.

Por fim, todas estas contas reflectem-se no capital próprio da SAD, que sofreu uma melhoria de 46,8 milhões de euros, situando-se neste momento nos 67,7 milhões.

Sporting também com lucros

Há pouco mais de uma semana, a Sporting SAD já havia apresentado os seus resultados para o mesmo período, anunciando também números positivos. Na altura, Bruno de Carvalho revelou que os “leões” tinham um resultado anual positivo de 30,5 milhões de euros e registado um volume de negócios de 173 milhões de euros — valor que incluía a alienação de direitos económicos e desportivos de jogadores. Já os capitais próprios da SAD “leonina” eram positivos em cerca de seis milhões de euros.

Já o FC Porto ainda não apresentou as suas contas para o período de 2016-17. As últimas que se conhecem são as relativas ao exercício de 2015-16 e revelaram um prejuízo de 58,4 milhões de euros.

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