Trauma do Benfica confirmado com nova reviravolta no Bessa

“Encarnados” estiveram a ganhar, mas não evitaram a reacção do Boavista e saíram do pódio da Liga.

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Fernando Veludo/Lusa

Quando se exigia uma resposta eloquente, perante um Boavista marcado pela troca de treinador, o Benfica claudicou na 6.ª jornada Liga, agravando o trauma da derrota caseira com o CSKA, na Champions, com mais um doloroso desaire (2-1) fruto de reviravolta, agora no Bessa.

O golo madrugador de Jonas (7’) ainda criou nas hostes benfiquistas a ilusão de poderem libertar-se da pressão criada pelos últimos desempenhos. Uma perspectiva que o Boavista se encarregaria de transformar em pesadelo, com duas chicotadas de Renato Santos (55’) e Fábio Espinho (74’), numa noite infeliz de Bruno Varela, cuja abordagem e consequente erro no livre directo do segundo golo acabou por revelar-se decisivo.

Privado de Lisandro López (acometido de gripe), Rui Vitória foi forçado a lançar o defesa-central Rúben Dias, de 20 anos, às feras, numa estreia que o deixou sem alternativas defensivas no banco. Mas no fim das contas, o Benfica acabou a desesperar por alguém capaz de fazer a diferença no ataque.

O Boavista, que ainda viu um golo de Iván Bulos bem anulado, aos 13’, até podia ficar a lamentar a acção de Luisão no início do lance do golo de Jonas, em que o central tirou Bulos da jogada com um desvio “subtil” no ombro do peruano, insuficiente para accionar o videoárbitro.

A equipa do Bessa, agora sob a orientação de Jorge Simão — com estreia auspiciosa, a desafiar a definição de utopia com que o técnico classificou a possibilidade de uma surpresa no Bessa —, reagiu e tentou responder em lances de bola parada. Resposta comprometida por sucessivas hesitações e passes errados da dupla Gilson

Idris, permitindo que Pizzi, Zivkovic e Jonas testassem a atenção e os reflexos de Vagner. O guarda-redes boavisteiro acabou mesmo por ser decisivo ao impedir o segundo golo das “águias” em mais do que uma ocasião.

A viragem surgiria após o descanso, com um Boavista mais assertivo. Renato Santos mudaria drasticamente o curso da partida, com um golo que arrastou o Benfica de novo para terrenos minados pela dúvida, na sequência de um lançamento lateral. Luisão e Jonas não conseguiram completar o alívio e Renato Santos descobriu a brecha necessária para “fulminar” Bruno Varela.

Com apenas dez minutos disputados na segunda parte, faltava o anúncio formal do início da queda benfiquista. Mas, antes, a equipa de Rui Vitória foi à procura de recuperar a vantagem. No processo, o sentimento de insegurança cresceu e transformou-se numa espécie de ataque de pânico quando Fábio Espinho testou os reflexos de Varela: o guarda-redes tentou defender o livre directo com os punhos, mas acabou dobrado com um inesperado soco no estômago.

Para o Benfica tornava-se real a possibilidade de cair com estrondo no assalto à liderança do campeonato. E nem o poder de fogo de Jiménez e “Gabigol” foi suficiente para inverter um desfecho que leva os campeões para um novo nível de alerta, já fora do pódio, agora ultrapassados pelo Marítimo.

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