E a Luz foi a alegre casinha do novo líder do campeonato

Benfica obteve primeira vitória da temporada na Luz e assumiu a liderança da I Liga, com um ponto de vantagem sobre o Sporting. Mitroglou, regressado de lesão, fez dois golos no triunfo sobre o Sp. Braga

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AFP

Era uma oportunidade demasiado convidativa e o Benfica não a desperdiçou: a equipa de Rui Vitória recebeu e venceu o Sporting de Braga por 3-1, assumindo a liderança da I Liga e estreando-se a ganhar em casa nesta temporada. Os “encarnados” capitalizaram a derrota sofrida em Vila do Conde pelo Sporting, ultrapassando os “leões” na tabela. Um ponto separa os dois rivais, com vantagem para o Benfica. O regressado Mitroglou foi o homem do jogo, tendo inaugurado o marcador (e a conta pessoal na época 2016-17) na primeira parte – “bisou” para fazer o 3-0, antes de os bracarenses estabelecerem o resultado final.

Depois de terem visto FC Porto e Sporting escorregar (empate com o Tondela e derrota com o Rio Ave, respectivamente), tanto o Benfica como o Sporting de Braga sabiam que a liderança do campeonato estava à mercê de quem vencesse na Luz. E as duas equipas entraram em campo com pressa para definir qual seria o novo nome a constar no topo da tabela. O primeiro minuto ainda não estava completo e os “encarnados” já ameaçavam. Na resposta, os minhotos criaram duas oportunidades flagrantes – uma desaproveitada por Hassan, a outra defendida por Júlio César. Tudo isto e ainda só tinham decorrido cinco minutos.

As duas equipas batiam-se num ritmo frenético, embora o Benfica fosse paulatinamente assumindo o controlo da partida. Sentia-se a urgência de conquistar a primeira vitória em casa, depois dos empates diante do Vitória de Setúbal e do Besiktas. Mas a Luz voltou a ser a alegre casinha da equipa de Rui Vitória, empurrada pelos adeptos para o terceiro triunfo caseiro consecutivo sobre o Sp. Braga – e o segundo da temporada, seis semanas depois do 3-0 que valeu aos “encarnados” a conquista da Supertaça.

Mitroglou, o primeiro dos “clientes” do departamento médico a recuperar a condição física, foi a principal novidade na lista de convocados e teve entrada directa para o “onze” de Rui Vitória. Foi uma de apenas duas alterações promovidas pelo técnico “encarnado” relativamente ao jogo com o Besiktas, da Liga dos Campeões: na baliza, Júlio César regressou à titularidade, remetendo Ederson para o banco de suplentes.

Depois de uma falsa partida – o início do jogo foi atrasado alguns minutos devido a problemas no equipamento de comunicação da equipa de arbitragem – o avançado grego precisou de poucos segundos para deixar claro que queria recuperar o tempo perdido: recebeu a bola de Salvio e rematou à entrada da área, fazendo a bola passar a milímetros do poste. Na resposta, o Sp. Braga falhou inacreditavelmente o que seria o 0-1. Fejsa, com um mau passe, entregou a bola a Ricardo Horta que rapidamente lançou Hassan. Mas o egípcio, isolado perante o guarda-redes do Benfica, atirou para fora. Aos 5’ a equipa de José Peseiro voltou a ameaçar, desta vez por Pedro Santos, mas o remate foi travado por Júlio César.

O Benfica tomou o comando para não passar por mais sobressaltos e começou a dar mais e mais trabalho a Marafona. O guarda-redes do Sp. Braga defendeu o remate de Salvio (11’) e o disparo de Gonçalo Guedes (19’), mas nada conseguiu fazer para evitar o golo de Mitroglou. Gonçalo Guedes foi veloz pela esquerda, galgou metros atrás de metros e depois fez o passe atrasado para a área, tirando do lance André Pinto e Goiano – mas não o grego, que com o pé esquerdo fuzilou a baliza bracarense.

Em vantagem no marcador e com a partida controlado, esta era a posição mais confortável em que o Benfica podia encontrar-se. Mas a quebra sentida pelos “encarnados” na segunda parte devolveu a esperança aos minhotos. Galvanizada por uma excelente defesa de Marafona – num livre de Gonçalo Guedes desviado pela barreira, mostrou reflexos para evitar o golo – a equipa de José Peseiro queria fazer prova de vida e criava perigo. Goiano atirou à figura de Júlio César e Ricardo Horta ameaçou, já depois de Wilson Eduardo ter tido o 1-1 à vista: valeu um grande corte de Nélson Semedo, a impedir que a bola lhe chegasse.

A eficácia “encarnada” fez o resto, com dois golos em quatro minutos a descansarem as bancadas. Pizzi fez o 2-0, num lance contestado pelo Sp. Braga – o jogador do Benfica estava de facto adiantado, mas o passe de Mitroglou, feito para trás, ressaltou em Douglas Coutinho e tomou a direcção contrária, chegando ao internacional português. Peseiro perdeu a cabeça, foi expulso e contagiou a sua equipa, que pouco depois sofria o 3-0, com Mitroglou a “bisar” após passe de Pizzi.

Os argumentos do Sp. Braga já só deram para reduzir a diferença, após um canto, com Rosic a saltar mais alto do que Lisandro. Mas a liderança da I Liga estava entregue ao Benfica.

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