Benfica apresenta lucro de 2,6 milhões no primeiro semestre

Passivo consolidado baixou 4,5%, mas o activo também recuou 3,5% ao longo do período.

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LUSA/ANTÓNIO COTRIM

Pela terceira vez consecutiva, o Benfica apresentou um resultado financeiro positivo no primeiro semestre da temporada. De 1 de Julho a 31 de Dezembro de 2016, a SAD dos "encarnados" registou 2,6 milhões de euros de lucro, um valor inferior ao dos dois últimos exercícios homólogos e que não assenta em mais-valias realizadas com transferências de jogadores.

É essencialmente graças ao impulso conferido pelas receitas provenientes dos direitos televisivos que o Benfica volta a fechar as contas com um saldo positivo. Esta alínea da rubrica dos rendimentos subiu mais de 3 milhões de euros (rendeu 19,3 milhões de euros no período referido), compensando parcialmente o facto de o clube não ter conseguido receitas significativas com a venda dos passes de atletas. A esse respeito, os negócios de Gonçalo Guedes (PSG) e Hélder Costa (Wolverhampton), concluídos em Janeiro, só farão parte do próximo relatório.

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No documento enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), é possível constatar que os gastos operacionais caíram 3,2% para os actuais 52,3 milhões de euros, ainda que se tenha registado um aumento de quase 4 milhões nos gastos com pessoal (30,4 milhões). Uma subida justificada pelos responsáveis do clube com o "esforço efectuado com a contratação de novos atletas e a manutenção da maior parte dos principais jogadores que constituíam o plantel da época passada".

É também graças às opções que se prendem com o plantel que os "encarnados" justificam um decréscimo de 3,5% no activo total, que é de 459,6 milhões de euros. O principal impacto advém de uma quebra significativa na rubrica Clientes, explicada da seguinte forma: "Os saldos de clientes a 31 de Dezembro de 2016 ascendem no conjunto a 42,2 milhões de euros, o que equivale a um decréscimo 44% face ao final do exercício de 2015-16. Esta variação é justificada por não terem ocorrido transferências de atletas de valor significativo no decorrer deste semestre e pelo facto de os recebimentos de clientes estarem a decorrer, de uma forma genérica, dentro dos prazos previstos".

No lado contrário da balança, o do passivo, a tendência também é de descida: baixou de 455,5 milhões para 434,9 milhões de euros. Esta diminuição de 4,5% tem por base, essencialmente, uma redução dos empréstimos obtidos (bancários, papel comercial e locações financeiras), que totalizam agora 297,8 milhões. De resto, a dívida bancária também caiu 13 milhões, graças às amortizações entretanto efectuadas.

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No equilíbrio destes dois pratos da balança surge o capital próprio, que atinge os 24,7 milhões, mais 3,8 milhões do que no primeiro semestre de 2015-16, reforçando a tendência de subida que se tem registado desde 2013. Esta tem sido, também, uma das mais recentes bandeiras da presidência de Luís Filipe Vieira, que promete reduzir cada vez mais a dependência do Benfica perante a banca.

"Esta evolução do capital próprio vem confirmar a estratégia seguida pelo Conselho de Administração, que considera que é possível continuar a melhorar de forma faseada os rácios de capitais próprios da Benfica SAD através de uma evolução positiva dos resultados no período remanescente deste exercício e durante os próximos anos(...) Essa estratégia passa pela maximização de receitas operacionais, a presença assídua na Liga dos Campeões, o controlo de gastos operacionais, a aposta na formação e a obtenção de ganhos com a alienação de direitos de atletas", explicam os "encarnados".

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