Barbero amealhou mais segundos preciosos

O ciclista espanhol reforçou a sua liderança na Volta ao Alentejo.

Foto
Juan Molano corta a linha de meta LUSA/NUNO VEIGA

Carlos Barbero (Movistar) teve nesta sexta-feira um dia produtivo na luta pela camisola amarela, consolidando a liderança da 35.ª Volta ao Alentejo em bicicleta à base das bonificações somadas na terceira etapa, ganha pelo colombiano Juan Molano (Manzana Postobón).

Parco em palavras e em demonstrações de alegria, o camisola amarela resumiu o seu pulo na geral – somou nove segundos de bonificações e já tem Rinaldo Nocentini (Sporting-Tavira) a 12 segundos – com um mero “foi um dia produtivo”.

“É certo que consolidei a liderança, mas esta é uma prova muito louca. Vou estar mais um dia de amarelo, aumentei a vantagem, mas ainda há duas etapas muito duras e tudo pode acontecer. Quantos mais segundos, melhor, mas 12 continuam a ser poucos”, disse o vencedor da Volta ao Alentejo de 2014, depois de ser terceiro em Mértola, atrás do colombiano Juan Molano (Manzana Postobón) e do britânico Christopher Lawless (Axeon-Hagens Berman).

O dia prometia ser longo (havia 208 quilómetros a percorrer desde Mourão). Numa estratégia dúbia, o Sporting-Tavira trabalhou na frente para levar o grupo compacto até à primeira meta volante do dia, em Moura, "oferecendo" mais três segundos de bonificação ao camisola amarela, o primeiro a cortar a linha do sprint intermédio.

Foi preciso esperar pelo quilómetro 94 para que uma fuga finalmente "pegasse": Daniel Turek (Israel Cycling Academy), Anton Vorobyev (Gazprom-Rusvelo), Evan Huffman (Rally Cycling), Domingos Gonçalves (RP-Boavista) e Diego Rubio (Caja Rural) distanciaram-se para alcançar uma vantagem máxima de três minutos.

Mas o entendimento entre o quinteto nunca foi perfeito e a fuga foi anulada 30 quilómetros depois, pouco antes de uma queda ter cortado o pelotão ao meio – Juan Molano revelaria, após o triunfo na etapa, que foi um dos ciclistas que ficou no segundo grupo e foi obrigado a perseguir durante duas dezenas de quilómetros.

Os acontecimentos continuaram a precipitar-se a um ritmo alucinante: Barbero amealhou mais três segundos na meta volante de Castro Verde (165,5 km), o pelotão voltou a partir-se por acção de Axeon Hagens Berman, Movistar e Efapel, reagrupando-se a 27 quilómetros de Mértola, antes de voltar a ficar totalmente desmembrado.

Numa chegada traiçoeira – foram vários os ciclistas que se queixaram do perigo excessivo do percurso na aproximação à meta -, um grupo de cerca de 20 corredores isolou-se na descida, enquanto atrás de si uma queda acontecia, a menos de um quilómetro para a meta.

Com a discussão da terceira etapa entregue ao primeiro grupo, foi Juan Molano a levar a melhor, impondo-se ao sprint ao britânico Christopher Lawless (Axeon-Hagens Berman).

Vencedor com um tempo de 4h29m16s, a uma média impressionante de 46,348km/h, o colombiano da Manzana Postobón demonstrou que tem tanta qualidade na estrada como na pista – foi campeão pan-americano de omnium em 2014 -, escolhendo o momento certo para arrancar na intrincada inclinação final de Mértola e para somar o seu terceiro triunfo como profissional, depois dos conseguidos no ano passado na Volta a Madrid e na Volta à Colômbia.

“Foi uma etapa muito longa e difícil. Felizmente, a minha equipa esteve sempre comigo. Nos últimos dez quilómetros, fomos para a frente e, aqui, decidi arrancar e ir a ‘tope’ até à meta”, disse o ciclista de 22 anos, antes de explicar que prefere que o tratem por Sebastián Molano.

Terceiro, à frente do pequeno grupo que chegou a dois segundos do vencedor, Barbero ampliou ainda mais a diferença para o italiano Rinaldo Nocentini (Sporting-Tavira) e parece lançado para ser o primeiro ciclista de sempre a vencer duas edições da "Alentejana".

Daniel Mestre (Efapel) é o melhor português na geral, ocupando a terceira posição, a 19 segundos.

No sábado, os 138 corredores ainda em prova na 35.ª edição vão cumprir 175,2 quilómetros entre Odemira e Alcácer do Sal.

Sugerir correcção
Comentar