Apuramento com goleada para Portugal

Ronaldo chegou aos 75 golos no triunfo por 4-0 sobre a Nova Zelândia na Taça das Confederações. Pepe viu amarelo e não joga nas meias-finais.

Foto
Ronaldo apontou o caminho para as meias-finais EPA/SRDJAN SUKI

Todos sabemos o que a selecção portuguesa fez no Verão passado. Foi de empate em empate até chegar à vitória final no Stade de France, a aplicação prática de tudo o que Fernando Santos defende, o primado do resultado. Jogo bonito? Fernando Santos não sabe o que é bonito ou feio, mas sabe o que é ganhar um Campeonato da Europa. No Verão presente, a selecção portuguesa não foge muito à receita mas vai cumprindo o seu papel na Taça das Confederações, onde está pela primeira vez por ser o campeão do “velho continente”. Ontem, Portugal só precisava de um empate, mas venceu a Nova Zelândia por 4-0 e segue em frente para as meias-finais. Um triunfo de goleada, mas com uma exibição menos espectacular do que os números sugerem.

E assim, o Verão continua a ser de trabalho para a selecção portuguesa, agora mais confortável no seu estatuto de melhor da Europa. Se o empate com o México, por causa de um golo nos últimos minutos, foi uma entrada em falso, a vitória com a Rússia só não foi mais tranquila porque a pontaria estava descalibrada e o triunfo com os campeões da Oceânia foi, sobretudo, uma demonstração da relação de forças entre as duas selecções, em que uma é muito melhor que a outra. E terminando esta fase de grupos com mais do dobro dos pontos do Europeu também valida outro dos pontos fortes da estratégia de Fernando Santos: há qualidade suficiente no grupo para fazer rotação no “onze”.

Para este terceiro jogo, o seleccionador nacional voltou a mudar muita gente — apenas três se têm mantido no “onze” desde o primeiro jogo, Rui Patrício, Pepe e Cristiano Ronaldo. Regressaram João Moutinho (que cumpriu o seu 100.º jogo na selecção) e Ricardo Quaresma, estrearam-se no “onze” Eliseu, Nelson Semedo e Danilo Pereira, mas durante meia hora essa revolução pareceu ter consequências no colectivo. E o primeiro sinal de perigo até veio da Nova Zelândia, pelo seu jogador mais cotado, o avançado Chris Wood, que teve oportunidade de alvejar a baliza de Patrício aos 6’.

Se o colectivo português não estava a funcionar, restava a qualidade individual e, neste capítulo, era Quaresma quem se destacava. Aos 23’ e aos 26’, saíram dos pés do homem do Besiktas dois cruzamentos perfeitos aos quais Cristiano Ronaldo não deu o melhor seguimento com a cabeça — Marinovic deteve o primeiro, a trave devolveu o segundo. Esta era uma altura em que Portugal se começava a soltar e o golo apareceu pouco depois. Na sequência de um canto, Danilo Pereira envolve-se com dois neozelandeses, o árbitro não tem dúvidas em assinalar penálti e, na conversão do castigo, Ronaldo faz o 1-0.

Era o segundo golo do capitão português da competição e o seu 75.º na selecção portuguesa, tornando-se o segundo melhor marcador europeu de selecções, igualando o húngaro Sandór Kocsis e apenas a nove de outro húngaro, Ferenc Puskás (84) — no final do jogo, Ronaldo conseguiria algo raro e, talvez, inédito, sendo eleito pelo terceiro jogo consecutivo o homem do jogo. O capitão da selecção não voltaria a marcar e até nem ficaria até ao fim, também ele a merecer uns minutos de descanso já com a segunda parte adiantada.

Até ao intervalo, uma daquelas situações em que algo é simultaneamente bom e mau. A parte boa é que Bernardo Silva fez o 2-0 aos 37’, após excelente entendimento com Eliseu. A parte má é que, depois do remate, o médio do Manchester City lesionou-se e já não voltou para o intervalo. Se Bernardo se vai juntar a Cédric e Guerreiro no lote dos indisponíveis, ainda não sabemos, mas já é certo que Pepe não vai estar no jogo da meia-final em Kazan na quarta-feira, por ter visto um cartão amarelo mais que justo numa falta muito dura aos 57’.

Os voluntariosos neozelandeses andaram perto da baliza portuguesa e, por duas vezes, Rui Patrício teve de se aplicar a remates de Wood, mas acabaram por não escapar à goleada. Aos 80’, numa jogada que começa nos pés de Quaresma, André Silva levou a bola até à área adversária e fez o 3-0. Já no tempo de compensação, Nani, que ficara com a braçadeira de capitão após substituir Ronaldo, aos 67’, fez o 4-0 também numa boa iniciativa individual. Face ao que estava a acontecer no outro jogo, o primeiro lugar estava mais que garantido.

Sugerir correcção
Ler 2 comentários