Foi uma distracção dos raptores que permitiu o resgate de Alan Pulido

O futebolista foi libertado esta segunda-feira depois de ter sido raptado no noroeste mexicano.

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Alan Pulido depois de ter sido libertado pela polícia mexicana AFP

Alan Pulido, futebolista mexicano do Olympiacos, foi libertado e encontra-se “são e salvo”, 24 horas depois de ter sido raptado no estado de Tamaulipas no noroeste azteca, uma das zonas mais violentas do México.

O avançado de 25 anos estava desaparecido desde sábado à noite, quando regressava de uma festa em Ciudad Victoria, onde habita, a cerca de 320km da fronteira com o Texas.

Em declarações ao jornal Medio Tiempo, Armando Pulido - seu irmão – contou que o carro de Alan foi cercado por diversos veículos, de onde surgiram seis homens armados que o raptaram. A namorada do jogador ficou em liberdade e avisou as autoridades do sucedido.

Segundo o Procurador-Geral da Justiça mexicana, Ismael Quintanilla, a família do jogador orientado pelo português Marco Silva terá recebido um telefonema a impor um resgate. Contudo, não é claro se os familiares de Pulido se iriam encontrar com os raptores, nem é conhecido o valor exigido.

Graças a uma distracção dos assaltantes, Pulido pôde fazer uma chamada de emergência, que revelou a sua localização à polícia e permitiu a sua salvação. Não houve disparos e o internacional azteca saiu com pequenos danos, assegurou Quintanilla. Posteriormente, o futebolista foi levado para um hospital da cidade para ser avaliado.

“Estou bem, muito bem, graças a Deus”, garantiu o jogador do conjunto helénico à comunicação social depois de prestar declarações no centro de comando da polícia estatal.

A operação culminou ainda com a detenção de Daniel Herández Morales, membro de uma organização criminal, de 38 anos e proveniente de Veracruz. A procuradoria afirmou também que conseguiu identificar os restantes responsáveis. “Ainda que [Pulido] já se encontre livre, e haja um detido, isto não acaba aqui”, assegurou Patricia Buragin Gutiérrez, coordenadora nacional anti-sequestros do México.

O caso de Pulido atraiu (novamente) a atenção para a necessidade dos problemas de segurança públicos no México, em especial naquele estado. O Concelho dos Cidadãos para a Segurança Pública e Justiça Criminal, classificou Ciudad Victoria como a segunda cidade mais perigosa do país.

Em Tamaulipas, de acordo com analistas de segurança, coabitam dois cartéis rivais: o Golfo e os Los Zetas, organizações que preparam sequestros, extorsões e roubos, bem como actividades ligadas ao tráfico de droga. A polícia está a investigar para perceber se existe alguma ligação entre os envolvidos e os grupos.

No México, os raptos são bastante comuns. De acordo com o Governo, cerca de 1000 pessoas são sequestradas anualmente, dado que os traficantes precisam de dinheiro para pagar as despesas, aceitando verbas relativamente baixas, na ordem dos 500 dólares, segundo um estudo do portal online Animal Politico.

Alan Pulido chegou ao Olympiacos em Julho do ano passado e terminou a época transacta com seis golos em 15 jogos. Representou o México no Mundial de 2014, mas não participará na Copa América, que se inicia a 4 de Junho nos Estados Unidos, devido a conflitos legais com o Tigres, o seu antigo clube. Texto editado por Jorge Miguel Matias

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