A Argentina está, por estes dias, em alvoroço. Na madrugada de segunda-feira, a selecção daquele país perdia a Copa América, nos penáltis, para o Chile, mas os argentinos levaram um “soco no estômago” ainda maior, quando, no final, Lionel Messi anunciou que se retirava da selecção. Efeito imediato: a Argentina uniu-se para pedir ao jogador que reconsidere. Os apelos sucedem-se a uma velocidade vertiginosa e, nas redes sociais, foi criado o movimento, em forma de hashtag, “NoTeVayasLio”. Também já está marcada uma manifestação a favor da permanência de Messi, que se realizará no próximo sábado, em Buenos Aires, e na qual já confirmaram presença mais de 45 mil pessoas.

De volta aos apelos, eles chegam de todos os lados. De anónimos, de colegas, de adversários, de antigos jogadores e até mesmo, imagine-se, do Presidente da República, Mauricio Macri. “Espero que a alegria de ver o melhor do mundo continue por muitos anos”, escreveu Macri no Twitter, numa mensagem acompanhada pela hashtag já referida. No entanto, o apelo mais simbólico foi o de Maradona. Recorde-se que Messi é considerado o seu sucessor e que “El Pibe” não se tem coibido de o criticar.

“Messi tem de continuar na selecção. Vai chegar ao Mundial da Rússia em condições de ser campeão do mundo”, afirmou, considerando que o jogador do Barcelona está sozinho. “E eu não o quero deixar sozinho. Quero falar com ele e vamos lutar contra todos os que o deixaram sozinho, desde o primeiro ao último dirigente", prometeu, colocando as culpas na Federação Argentina de Futebol.

Quanto a colegas, se Piqué está seguro que Messi “vai levantar-se”, Suárez confia que o argentino “vai mudar de opinião”. Já Dani Alves, que saiu do Barcelona para a Juventus, aconselha o antigo companheiro. “Dir-lhe-ia para repensar. Espero que continue. Ganhar ou perder não importa. É algo que pode acontecer”, disse o brasileiro, para quem seria “um desperdício de talento” se Messi abandonasse mesmo a selecção.

Dos adversários chilenos na final da Copa América, Vidal disse que o abandono de Messi “é uma pena” e Gonzalo Jara considerou que as críticas ao argentino “são injustas”. Já Claudio Bravo dirigiu-se aos argentinos: “Desfrutem dele, valorizem-no e entendam-no”.

Quanto a antigos jogadores, Hristo Stoichkov até implorou. “Leo peço-te por favor para não deixares o teu país”, escreveu o búlgaro nas redes sociais e o inglês Gary Lineker seguiu-lhe o exemplo: “Espero que o pequeno génio mude de opinião e marque presença em mais um Mundial”.

Entretanto, e quando toda a gente parece centrada apenas em Messi, jogadores como Mascherano, Aguero, Di María, Lavezzi ou Higuaín, também estão, segundo o jornal Clarín, a avaliar a possibilidade de deixarem a selecção, descontentes com a anarquia reinante na federação, em plena crise institucional, mas também com o seleccionador Gerardo Martino, com quem não estão de acordo em várias decisões.