Um painel de Resende desconhecido em Valença

Obra descoberta durante o restauro no Centro de Conservação e Restauro da Católica/Porto.

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Assinatura de Júlio Resende Dr
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Painel após a intervenção de restauro dr
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Painel antes da intervenção dr

Na Primavera de 2015, foi pedida ao Centro de Conservação e Restauro da Católica/Porto uma intervenção no antigo e desactivado posto da alfândega de Valença do Minho, na fronteira com a Galiza. Tratava-se de recuperar um painel de mosaico atribuído ao pintor José Gastão Seixas (1926-1982), que o tempo tinha degradado e que a vegetação tinha escondido da atenção de quem passava.

Quando a equipa formada por Patrícia Mestre e Catarina Dias chegou ao local, deparou com um painel em muito mau estado, com centenas das pequenas tesselas (1cm x 1cm) caídas no chão ou mesmo desaparecidas, além de manchas e fendas na superfície. No decorrer do restauro foi, entretanto, descoberta uma assinatura inesperada: Resende – de Júlio Resende (1917-2011), um nome incontornável da arte portuguesa do século XX e celebrado autor do painel Ribeira Negra, no Porto.

Carla Felizardo, directora do CCR, recorda que nem a Fundação Júlio Resende, com sede em Gondomar, tinha conhecimento da existência desta obra, que terá sido realizada na década de 60 por encomenda da Câmara de Valença.

Sem nenhum título, o painel (5 x 5,6 m) representa uma figura feminina a tocar cítara sobre um fundo decorado com figuras geométricas e motivos marinhos: ondas, peixes, polvos, estrelas-do-mar…

O trabalho de restauro e conservação foi concluído em Junho de 2015, “preservando a integridade física e estética” da obra original, como refere o relatório final assinado por Patrícia Mestre, tendo sido pedida a colocação de uma cobertura que impeça que a água da chuva volte a danificar o painel. 

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