Teatro do Noroeste vai encenar a (i)migração

Nova produção da companhia de Viana do Castelo será dirigida pelo britânico Graeme Puleyn, e tem estreia anunciada para 6 de Outubro, no Teatro Sá de Miranda.

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Refugiados sírios chegam à ilha de Lesbos, na Grécia Yannis Behrakis/ REUTERS

Depois da travessia do “deserto” nos anos 2012-16, em que não contou com qualquer apoio, além do da autarquia, o Teatro do Noroeste soube já que vai voltar a ter subsídio da Direcção-Geral das Artes para reatar a realização de um festival que permita recuperar o espírito do FestEixo, que teve 15 edições entre 1996 e 2010. “Vamos voltar a fazer a ligação com a Galiza”, diz Ricardo Simões, anunciando as datas do novo festival de teatro: 10 a 18 de Novembro.

Mas a aposta da companhia para a rentrée é uma produção sobre o tema bem actual das migrações. “O projecto tem ainda um nome provisório, (I)migrações, e será uma criação experimental contemporânea a partir do texto de Mrozek, Os Emigrantes”, anuncia o director artístico do TN/CDV, acrescentando que a encenação estará  cargo do britânico Graeme Puleyn – o mesmo que dirigiu Anjo Branco, no ano passado, a partir da peça de Bernardo Santareno, Nos Mares do Fim do Mundo.

Ricardo Simões diz que, por vezes, o Teatro do Noroeste é criticado por ir buscar gente de fora. “Mas o nosso único critério é o da qualidade das pessoas, tanto humana como profissional e artística”, justifica, dando o exemplo dos convidados para o Curso de Verão, e lembrando a forma como essa abertura coloca a companhia, e a cidade, em contacto com o mundo.

O encenador revela que, para a criação de (I)migrações, o TN/CDV tem actualmente, “sob anonimato”, um “operacional” a trabalhar como voluntário no apoio aos imigrantes que chegam à ilha de Lesbos, na Grécia, onde está “a escrever uma espécie de diário sobre esse quotidiano”.

A nova produção terá estreia no Teatro Sá de Miranda, a 6 de Outubro.

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