Orquestra de Jazz de Matosinhos e Manuela Azevedo juntos em Lisboa

Projecto corre o país há três anos, mas só agora se apresenta na capital, no 20.º aniversário da orquestra. Este sábado, no Largo da Ajuda, às 19h.

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Orquestra de Jazz de Matosinhos com Manuela Azevedo (ao lado dela, de camisola preta, Pedro Guedes) PEDRO LOBO

O Lisboa na Rua, festival que desmultiplica artes pela cidade ao longo de Setembro, por iniciativa da EGEAC, leva este sábado ao Largo da Ajuda (às 19h) o projecto que une a Orquestra de Jazz de Matosinhos (OJM), nos seus 20 anos, à cantora Manuela Azevedo, dos Clã. Pedro Guedes, um dos fundadores da OJM, recorda ao PÚBLICO as origens deste projecto: “Tudo começou por um desafio à Manuela Azevedo para ela escolher canções que gostaria de cantar e interpretar. O curioso é o bom gosto dela, que é muito variado e a levou a escolher belas canções dos mais variados compositores. Felizmente, após a estreia [na Casa da Música, a 1 de Julho de 2014], tivemos vários concertos pelo país e é a primeira vez que o apresentamos em Lisboa. E estamos bastante satisfeitos.”

O convite partiu da Câmara de Lisboa, a pretexto do 20.º aniversário da OJM, para um espaço ao ar livre, terreno que o projecto já conhece bem, pois já foi apresentado ao vivo na Praça dos Leões, no Porto, na Praça da República, em Ovar, ou na Marginal de Matosinhos. “Penso que funciona muito bem, porque é um espectáculo forte. Quer pelo repertório, quer pela densidade das músicas.” De há três anos a esta parte, o repertório do concerto manteve-se estável, com ligeiras alterações. “Acrescentámos duas canções: mais uma dos Clã, Na corda bamba [o espectáculo já incluía A paz não te cai bem] e, como nos faltava outro compositor português, uma do Sérgio Godinho, a Etelvina.”

Bons horizontes

Os 20 anos da OJM são vistos por Pedro Guedes com “enorme satisfação. Não chegámos ainda à meia-idade, nem pouco mais ou menos. A OJM começou como uma orquestra de autores, que no fundo interpretava música original minha e do Carlos Azevedo, e depois, por causa do acordo que tivemos com a Casa da Música, tornou-se também orquestra de repertório. E isso levou a que se alargasse o âmbito, com outro tipo de desafios.”

Agora vão ter, por cedência da Câmara de Matosinhos (“que tem sido desde o começo o nosso maior apoio”), um espaço de 800 metros quadrados “na Real Vinícola, em Matosinhos, que vai ter um estúdio e gravação e ensaio”. Mas há mais, nas ocupações regulares da orquestra e dos seus músicos. “Além disso, temos também um serviço educativo, que trabalha com as escolas básicas e secundárias do concelho, fazemos todos os anos um projecto que se chama A Grande Pesca Sonora, que envolve desde jardins infantis até aos lares de aposentados dos pescadores, e agora, com protocolos que assinámos com o INESC, o IQP e a Escola Superior de Música, desenvolvemos o CARA, acrónimo de Centro de Alto Rendimento Artístico, que queremos que seja um local onde arte e tecnologia se encontrem. Temos bons horizontes para os tempos próximos.”

Começando por 2018: “Temos concertos marcados com o Manuel Cruz [ex-Ornatos Violeta], um desafio bastante interessante. Será uma coisa mais experimental, em que ele vai mandar fragmentos e nós vamos trabalhá-los de forma mais íntima; e temos ainda o projecto com o trompetista Peter Evans. Tendo o estúdio e a possibilidade de gravar o que quisermos e quando quisermos, claro que isso vai aumentar e a possibilidade de mais edições. Não apenas áudio, mas explorando as possibilidades dos novos media.”

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