Pedro Ribeiro vai dirigir Placido Domingo na Ópera de Londres

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Placido Domingo só estará em cena de 15 a 26 de Abril AFP

O português Pedro Ribeiro vai dirigir no próximo ano o tenor Placido Domingo numa ópera na Royal Opera House, em Londres, no âmbito do programa de jovens artistas que ali frequenta.

A ópera Nabuko estreia a 30 de Março, mas o cantor espanhol só estará em cena no segundo elenco, de 15 a 26 de Abril, período para o qual os bilhetes já esgotaram.

Pedro Ribeiro, de 30 anos, fará assistência à encenação do italiano Daniele Abbado.

“É uma nova produção que vem do Scala [de Milão]. Já está feita, já temos os figurinos, já temos a cenografia, já temos tudo”, contou à agência Lusa.

A ópera será encenada para a Royal Opera House e o português foi convidado para dirigir o segundo elenco.

“Vai ser o ponto alto, eu poder ter uma semana com o Placido Domingo a trabalhar”, disse.

Segundo explicou, uma ópera pode ter vários elencos para diferentes períodos “porque os cantores normalmente não fazem mais do que cinco espectáculos”.

Durante 2013, Pedro Ribeiro será também assistente de encenação nas óperas Eugene Onegin e La Donna del Lago.

Terá ainda oportunidade de ser encenador principal de dois espectáculos, um dos quais no palco principal da Ópera de Londres, onde actuarão todos os elementos do programa Jette Parker para jovens artistas.

Juntamente com a soprano, também portuguesa, Susana Gaspar, foi em 2011 escolhido entre 478 candidatos pela Royal Opera House, que procurava “profissionais excepcionais no início da carreira”.

Durante dois anos são tratados como funcionários da ópera londrina enquanto recebem treino para refinar as qualidades artísticas, sejam de canto, condução de orquestra ou encenação.

Pedro Ribeiro faz um “balanço muito positivo” de uma experiência que, admite, “nunca teria noutro sítio qualquer do mundo”.

Com o fim à vista, começa a pensar no futuro, que quer que continue a passar por trabalhar em grandes óperas, não prevendo regressar ao Porto, onde vê as artes do espectáculo em crise.

“Como é que algum artista em Portugal consegue sobreviver, consegue pagar a casa e ter filhos, um cão, ter as coisas diárias? Se calhar faz um espectáculo de seis em seis meses, a receber por espectáculo mil euros. Se receber mil euros, já estou a ser maluco. É impossível”, lamenta.

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