Críticos aplaudem a peça que continua a história de Harry Potter

Harry Potter and the Cursed Child já se estreou em Londres. As críticas falam de "deslumbre" e "encanto" e revelam algumas novidades sobre a intriga, que será lançada em livro na noite deste sábado para domingo.

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J. K. Rowling Suzanne Plunkett/REUTERS

Era uma das estreias teatrais mais aguardadas deste Verão e as expectativas eram altas para os fãs - os maiores críticos. Harry Potter and the Cursed Child, a peça de teatro que se passa 19 anos depois do fim da saga de J.K. Rowling, estreou-se esta segunda-feira no Palace Theater, em Londres, e está a ser muito bem recebida pela crítica. (Atenção que se revelam a seguir alguns pontos da história que podem ser considerados spoilers)

A história começa no momento em que termina Harry Potter e os Talismãs da Morte, quando Harry, Ginny, Ron e Hermione deixam os filhos Albus, James e Rose no comboio que vai para Hogwarts. No presente, Harry (agora interpretado em palco por Jamie Parker) tem 37 anos e é funcionário do Ministério da Magia. Hermione (Noma Dumezweni) continua a mesma voz autoritária aliada a uma mente brilhante e é, agora, Ministra da Magia, e Ron (Paul Thornley) preserva o humor da sua personalidade desajeitada.

A história foi criada por J.K.Rowling, Jack Thorne e John Tiffany, tem guião de Jack Thorne e é encenada por John Tiffany. Ao longo de cinco horas e dois actos, a peça retrata as vivências de Albus Potter em Hogwarts, um rapaz tímido e introvertido que forma uma amizade improvável com Scorpius Malfoy, filho do maior inimigo de Harry, Draco. Os dois procuram integrar-se com os colegas, mas acabam mais isolados, formando um trio com Dephi Diggory (Esther Smith) que vai representar um perigo para todos.

“Há dez anos, J.K. Rowling levou uma geração à leitura. Agora, Cursed Child poderá fazer o mesmo pelo teatro”, escreve o crítico Matt Trueman na revista Variety. Três anos depois do anúncio de J.K. Rowling de que Harry Potter subiria ao palco, Trueman chama-lhe “A Peça que Superou Todas as Expectativas – e Mais Algumas” e refere que a encenação de John Tiffany é "mágica" pela simplicidade com que ultrapassa os obstáculos através das técnicas do teatro.

Se, por um lado, há vassouras que saltam para as mãos dos seus donos e varinhas que deitam jactos de luz verde, há barreiras na transposição da fantasia para o palco que são contornadas recorrendo à imaginação. “É em malas que o comboio Hogwarts Express toma forma e são duas escadarias em movimento que fazem os corredores de Hogwarts. Grandes arcos de ferro que, num momento, são o tecto da estação de King’s Cross, deslizam para serem a Floresta Proibida no momento seguinte”, descreve Matt Trueman.

O crítico da Variety salienta a diferença relativamente aos livros na forma como a peça trata os vilões. “O guião de Jack Thorne mostra que a rejeição leva ao ressentimento e que ninguém nasce vilão”, diz sobre uma peça que elogia, embora considere que o segundo acto não tenha tanta força como o primeiro. 

Já Michael Billington, crítico do jornal britânico The Guardian, avisa que “a peça fará muito mais sentido para os Potterheads do que para quem estiver fora do culto” e sublinha a importância que o quarto livro, Harry Potter e o Cálice de Fogo, assume no enredo. “Thorne acrescentou um ingrediente a uma mistura já complicada: a culpa pós-Freudiana que o Harry adulto tem em relação ao seu passado e a necessidade de Albus levar a melhor sobre o seu pai”. 

Já no New York Times, Ben Bratley diz que “Cursed Child pratica um tipo de magia afectuosa e divertida que torna toda a audiência em aprendiz de feiticeiro” e destaca o peso que o passado “angustiante” representa ao longo de toda a trama. Segundo Bratley, Cursed Child é, pelo simples facto de existir, um desafio às memórias dos jovens leitores que tinham a mesma idade de Harry ao longo da série e que o “queriam congelado como era da última vez que o encontraram”.

Apesar de toda a bagagem que carrega, nomeadamente o peso de grandes nomes do cinema britânico como Alan Rickman, Maggie Smith e Ralph Fiennes no seu elenco cinematográfico, Bratley considera que “a peça consegue capturar a sensibilidade de J.K. Rowling ainda melhor que os efeitos especiais dos filmes.”

O livro Harry Potter and the Cursed Child será lançado mundialmente no dia 31 de Julho, aniversário de Harry Potter e de J.K.Rowling.

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