Uma espécie de graça

O Olmo e a Gaivota, com uma dose razoável de originalidade, acompanha a gravidez (real) de uma actriz no momento em que ela prepara um papel na Gaivota de Tchekhov.

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Experiência curiosa a de O Olmo e a Gaivota, e com uma dose razoável de originalidade: acompanhar a gravidez (real) de uma actriz no momento em que ela prepara um papel na Gaivota de Tchekhov.

A gravidez como “empecilho”, num contexto destes e independentemente de quanto os pais a desejam, podia dar para uma comédia, mas sem expelirem por inteiro o sentido de humor (nem a relação com a “encenação do real”) as duas realizadoras preferem instalar-se no lado da vida: a sua observação da intimidade é sensível e luminosa, feita com rigor e com pudor, e animada por uma sensação de harmonia “cósmica”.

Não é que chegue a entusiasmar grandemente, mas numa altura em que abundam mais os gestos largos e sensacionais, é simpático encontrar um filme assim, que se “fecha” e se concentra, confiante na sua capacidade de convocar uma espécie de graça.

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