O cinema entra na rotina do CCB com Lawrence da Arábia

Conquistar públicos de todas as gerações para os grandes clássicos (e, já agora, para o Grande Auditório) é o que quer a nova programação regular de cinema do Centro Cultural de Belém. Começa amanhã.

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Peter O'Toole era um desconhecido quando fez Lawrence da Arábia
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Depois de Lean, o CCB passa, a 18 de Março, O Leopardo, de Visconti, e, a 14 de Abril, Os Dez Mandamentos, de DeMille
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Depois de Lean, o CCB passa, a 18 de Março, O Leopardo, de Visconti, e, a 14 de Abril, Os Dez Mandamentos, de DeMille

Até aqui a passagem do cinema pelo Centro Cultural de Belém, em Lisboa, tem sido coisa episódica. Às vezes ao ar-livre, como no caso do ciclo desenhado pelo arquitecto Eduardo Souto de Moura a propósito da exposição que lhe foi dedicada no ano passado e que levou ao Jardim das Oliveiras A Quimera do Ouro, de Chaplin, ou Os Verdes Anos, de Paulo Rocha, outras no Grande Auditório, em sessões especiais como a que mostrou o documentário Human, de Yann Arthus-Bertrand. A partir de sábado o cinema passa a fazer parte da rotina da sala principal do CCB.

O título de estreia desta programação concebida em parceria com a Midas Filmes é Lawrence da Arábia (1962), o clássico de David Lean que levou o então desconhecido Peter O’Toole a vestir a pele do oficial britânico Thomas Edward Lawrence (1888-1935) e o juntou, na imensidão do deserto, a actores como Omar Sharif (Xerife Ali) , Anthony Quinn (Auda abu Tayi) e Alec Guinness (Príncipe Faisal).

Considerado um dos filmes mais influentes da história, presença assídua nas listas dos melhores de sempre mesmo passado mais de meio século sobre a sua estreia e parte do exclusivo catálogo de cinema da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, Lawrence da Arábia conta as aventuras de T. E. Lawrence a partir do livro de memórias que deixou, Os Sete Pilares da Sabedoria. Publicado pela primeira vez em 1935, ano da morte do autor, depois de várias peripécias que incluíram a perda do primeiro manuscrito e a revisão da terceira e última versão feita por um leitor de respeito, o dramaturgo e romancista George Bernard Shaw, livro e filme passam-se em plena Primeira Guerra Mundial, quando o jovem Lawrence se torna oficial de ligação entre o Exército britânico e os rebeldes árabes que combatiam a ofensiva turca.

Lawrence torna-se uma peça chave neste movimento de resistência – o apoio dos britânicos à causa prendia-se com o facto de o império otomano ser aliado da Alemanha -, assistindo mais tarde ao fim da frágil aliança que o sustentava.

Na apresentação da programação da casa para 2017 e numa entrevista recente ao PÚBLICO e à Rádio Renascença, o presidente do CCB, Elísio Summavielle, disse que o objectivo desta programação é tirar partido do equipamento de que o Grande Auditório dispõe – o filme vai ser exibido numa cópia digital restaurada de alta qualidade –, atraindo, ao mesmo tempo, um público multigeracional: “São aqueles filmes do cinema-espectáculo que podem levar o avô, o filho e o neto ao cinema. O Grande Auditório tem as condições ideais para que isto se torne um hábito.”

Depois do clássico de David Lean que recebeu sete Óscares, incluindo o de Melhor Filme e o de Melhor Realizador, o CCB passa, a 18 de Março, O Leopardo (1963), de Luchino Visconti, e, a 14 de Abril, já a pensar na Páscoa, Os Dez Mandamentos (1956), de Cecil B. DeMille. As sessões são sempre às 16h. Bilhetes a 5 euros.

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