Nobel da Literatura Imre Kertész abandona a escrita

Foto
Imre Kertész foi o primeiro húngaro a vencer o Prémio Nobel da Literatura, em 2002 Reuters

O escritor húngaro Imre Kertész, sobrevivente dos campos de concentração da II Guerra Mundial e Prémio Nobel da Literatura em 2002, anunciou que deixará de escrever, porque considera que já concluiu tudo o que tinha para escrever sobre o Holocausto, tema principal e presente em toda a sua obra.

Depois de 15 livros, traduzidos em várias línguas como alemão, espanhol, francês, inglês, russo, sueco, checo ou hebreu, Imre Kertész afirmou, citado hoje pelo portal informativo index.hu: "Já não quero escrever. A obra que está tão relacionada com o Holocausto está concluída para mim".

Imre Kertész tem 83 anos e foi o primeiro escritor húngaro a receber o Prémio Nobel da Literatura. Em 1944 foi deportado para Auschwitz e daí para Buchenwald, de onde foi libertado no fim da II Guerra Mundial, em 1945.

Em 1975 publicou o seu primeiro livro, Sem destino (ed. Presença), que retrata a sua experiência pessoal nos campos de concentração. Em 2005, este livro foi adaptado ao cinema, num filme com o mesmo nome dirigido pelo húngaro Lajos Koltai.

A Recusa (1988, ed. Presença), Kaddish para uma criança que não vai nascer (1990, ed. Presença), Um outro: crónica de uma metamorfose (1997, ed. Presença) e Aniquilação (2003, ed. Ulisseia) são, juntamente com Sem destino as obras de Imre Kertész traduzidas para português.
 

Sugerir correcção
Comentar