Morreu Pete Burns, a voz dos Dead Or Alive

O cantor inglês Pete Burns, que obteve sucesso nos anos 1980 com a pop dançante dos Dead Or Alive, sofreu um ataque cardíaco fulminante. Tinha 57 anos.

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O inglês Pete Burns, a voz e o rosto dos Dead or Alive, que alcançaram sucesso nos anos 1980, morreu aos 57 anos. Num comunicado publicado no Twitter, a família e o agente de Burns revelaram que o músico sofreu um ataque cardíaco fulminante.

Carismático e provocador, tornou-se conhecido em Inglaterra nos últimos anos pela presença em programas de TV de celebridades, como o Big Brother britânico em 2006, ou pelas diversas cirurgias plásticas, mas antes de ser uma figura da televisão e das redes sociais já tinha todo um percurso atrás de si relevante.

Nos anos 1980 era tão conhecido pelo seu estilo extravagante, com roupa pré-Boy George andrógeno, penteados exóticos e sapatos de salto alto, como pelo seu papel à frente dos Dead or Alive, que tiveram o seu ponto alto em 1985, cinco anos depois da fundação, com o sucesso global da canção You Spin Me Round (like a record).

Antes dos Dead or Alive, no período pós-punk no final dos anos 1970, passou pelos Mystery Girls - ao lado de Pete Wylie, que mais tarde formaria os Wha! e os The Mighty Wha! - vindo ainda a fazer parte dos Nightmares On Wax. Estes aliavam as guitarras do pós-punk com batidas 'disco' e a sua voz e postura teatralizada, antecipando de alguma forma o que um outro projecto oriundo de Liverpool viria a fazer anos depois com sucesso - os Frankie Goes To Hollywood.

Em 1980 nascem, então, os Dead or Alive, pelos quais passou também nesses anos iniciais, o guitarrista Wayne Hussey (Sisters Of Mercy, The Mission). O single The stranger (1982) haveria de os colocar numa via pop mais electrónica, algures entre a vaga "neo-romântica" (Duran Duran, Spandau Ballet) e uma pop electrónica estilizada mais ambígua (The Associates, Bronski Beat, ABC). O seu primeiro êxito surgiria em 1984 com uma versão do clássico That's the way (i like it) de KC & The Sunshine Band. 

Com o álbum de estreia, Sophisticated Boom Boom (1983), viriam a conquistar mais admiradores, mas seria com o sucesso de You spin me round (like a record), que ficaram conhecidos um pouco por todo o lado. A canção tinha o toque comercial de produção do trio Stock, Aitken & Waterman, que viria a marcar a época ajudando muitos nomes da década de 1980 (Bananarama, Mel & Kim, Rick Astley, Kylie Minogue) a alcançar as tabelas de vendas.

O álbum seguinte, Youthquake (1985), viria a alcançar também sucesso graças a canções como Lover come back to me, In too deep ou My heart goes bang, e o registo seguinte, Mad Bad and Dangerous To Know (1987), manteve-os nessa mesma rota. Depois vieram mais quatro álbuns, compilações e uma tentativa de Burns se lançar a solo, mas sem grande sucesso.

Nos últimos anos a sua presença em reality shows deu-lhe outra vez notariedade, discutindo-se em Inglaterra o seu comportamento e bissexualidade, ao mesmo tempo que se tornava porta-voz de organizações de beneficência que lidam com a violência no contexto de relações homossexuais. O seu último single, Never marry an icon, foi lançado em 2010.

 

 

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