Morreu o cantor country Merle Haggard

Autor do hino “anti-hippie” Okie From Muskogee, era um dos nomes mais influentes da música country. Morreu esta quarta-feira aos 79 anos.

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Merle Haggard actuando, em 2014, na cerimónia dos Grammys

Merle Haggard, um dos mais apreciados cantores e compositores da música country, morreu esta quarta-feira na Califórnia, aos 79 anos. Filho de emigrantes pobres radicados no estado de Oklahoma, o cantor, nascido em 1937, perdeu o pai aos nove anos e teve uma infância turbulenta.

Após vários episódios de delinquência juvenil, acabou por ir parar, aos 21 anos, à prisão de San Quentin, na sequência de uma frustrada tentativa de assalto. Sempre se interessara por música, e aprendera a tocar guitarra, e acabaria por se decidir a mudar radicalmente de vida quando assistiu, na prisão, a um concerto de Johnny Cash.  

Libertado em 1960, dá início a uma carreira de meio século, conseguindo a façanha de gravar 40 discos que chegaram a n.º 1 nos tops de singles de música country. E escreveu ainda canções gravadas por muitos outros artistas, como Emmylou Harris, The Byrds, The Grateful Dead e muitos outros.

Em 1969, grava aquele que foi o seu maior sucesso, Okie From Muskogee (Okie é um diminutivo para os naturais do Oklahoma e Muskogee é uma pequena cidade daquele estado), que se tornaria uma espécie de hino conservador para os que torciam o nariz às extravagâncias da contra-cultura hippie.  

We don't smoke marijuana in Muskogee;/ We don't take no trips on LSD” (“Não fumamos marijuana em Muskogee;/ Não alinhamos em trips de LSD”), avisava Haggard a abrir a canção, que incluía ainda versos como “We don't let our hair grow long and shaggy,/ Like the hippies out in San Francisco do” (“Não usamos cabelo comprido e desgrenhado/ como fazem os hippies de San Francisco”).



The fightin’ side of me, Today I started loving you again ou o mais recente Twinkle, twinkle Lucky Star são outros êxitos de Merle Haggard, acolhido em 1994 no Country Music Hall of Fame.

O cantor chegava a dar uma centena de concertos por ano, mas abandonara há algum tempo a vida na estrada, após ter sobrevivido a um cancro de pulmão que lhe fora diagnosticado em 2008.

O seu último álbum a solo, Working in Tennessee, foi lançado em 2011, mas em 2015 ainda gravou Django and Jimmie com Willie Nelson.

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