Lucky Luke ainda desafia a sua sombra

O esguio cowboy, tão detestado pelos irmãos Dalton quanto estimado pelo cavalo Jolly Jumper, faz 70 anos, e o aniversário está a ser celebrado a galope.

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Rejubilem amantes da BD, Lucky Luke renasceu. Bom, renascer, conceda-se, até para os nostálgicos, será um verbo excessivo. Afinal passaram apenas dois anos desde o lançamento do último álbum, Les Tonton Dalton. Mas, conceda-se, também, 2016 está a ser o ano de Lucky Luke. O esguio cowboy, tão detestado pelos irmãos Dalton quanto estimado pelo cavalo Jolly Jumper, faz 70 anos, e o aniversário está a ser celebrado a galope. O momento mais aguardado, pela indústria da BD e pelos fãs que não esquecem Rantanplan, chegará em Dezembro, data do lançamento de novo álbum (o terceiro desta década). Ainda sem título, volta a contar com o desenho de Achdé e, pela primeira vez, com o argumento de Jul, criador da série de BD e animação Silex and the City, que assim realizou um dos seus sonhos de infância (foi o que confessou aos jornalistas no Festival de Angoulême em Janeiro passado).

Mas Lucky Luke não regressou às pranchas e às vinheta apenas para matar as saudades dos leitores. Este mês, Matthieu Bonhomme insuflou alguma modernidade e realismo na personagem, com L’Homme qui tua Lucky Luke, sem recuperar, é certo, o cigarro do cowboy, mas, ao que consta, inspirando-se nos livros de Oakley Hall e Jack Schaefer, e em filmes de John Ford, Nicholas Ray e Fritz Lang. E até ao fim do ano aguarda-se nova apropriação, esta de índole mais satírica, por Guillaume Bouzard. 

Não há contudo notícias do livro que faria justiça à relação entre o Lucky Luke de Goscinny e Morris (o mais apreciado pela crítica) e o western de Hollywood (quem não se recorda das inúmeras citações e caricaturas de actores que marcaram esse género?). Até lá vale a pena espreitar e folhear L’Art de Morris, livro que analisa a evolução da banda desenhada e da personagem, com reproduções inéditas e com ensaios de Jean-Pierre Mercier, Stéphane Beaujean e Jean Christophe Menu. A edição, como a de todos  os álbuns acima mencionados, é da Dargaud.

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