Jorge Palma e Jake Bugg, dois que valeram por quatro

O duplo concerto que reuniu em Oeiras Jorge Palma e Jake Bugg valeu por muitos. Uma óptima noite, a de 25 de Julho, no EDP Cooljazz.

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Jorge Palma nos Jardins do Marquês de Pombal em Oeiras EDPCOLLJAZZ
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Jorge Palma nos Jardins do Marquês de Pombal em Oeiras EDPCOLLJAZZ
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Jorge Palma nos Jardins do Marquês de Pombal em Oeiras EDPCOLLJAZZ
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Jake Bugg nos Jardins do Marquês de Pombal em Oeiras EDPCOLLJAZZ
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Jake Bugg nos Jardins do Marquês de Pombal em Oeiras EDPCOLLJAZZ
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Jake Bugg nos Jardins do Marquês de Pombal em Oeiras EDPCOLLJAZZ

O arranque da segunda e última semana do festival EDP Cooljazz, nos Jardins do Marquês de Pombal, foi óptimo. Jorge Palma e Jake Bugg, ambos em solo absoluto, o primeiro no piano e o segundo na guitarra, cantores e autores de tudo o que ali se ouviu, preencheram a noite de forma cativante e enérgica.

Bugg, britânico, 23 anos, com três discos gravados e um quarto a caminho (sairá em 1 de Setembro), reuniu uma legião de fãs junto ao palco, para onde se encaminharam mal o seu concerto (o primeiro da noite) começou. Lembrando trovadores das décadas de 1960-70, voz nasalada, imerso numa temática fortemente urbana que ora surge em forma de baladas ou em ondas torrenciais, Bugg percorreu os seus três discos, começando pelo mais recente, On My One, cujo tema-título assegurou o arranque, seguindo-se outro tema-título, o do próximo disco, ainda inédito (Hearts That Strain) e três canções do seu disco de estreia: Simple as this, Trouble town e Taste It.

Depois intercalou temas dos outros dois (The love we’re hoping, Me and you, Love, hope and misery e There’s a beast and we all feed It) e voltou ao primeiro, com o pulsante Two fingers. Feliz pelo entusiasmo da assistência (várias vezes disse “obrigado” antes de dizer “thank you”), Bugg agradeceu-lho desta forma: “You’re a good audience, and a good singers, too”. E vieram mais dois inéditos, como brinde: Southern rain e How soon the dawn (o novo disco terá onze temas, quem esteve em Oeiras ficou a conhecer três). Por fim, Slumville Sunrise e um regresso ao seu disco de estreia, com dois grandes temas: Broken e Lightning Bolt.

Se Jake Bugg teve os fãs, concentrados e eufóricos, junto ao palco, Jorge Palma tinha-os espalhados por todo o recinto. E bem os mereceu, porque se apresentou em grande forma, na voz e no piano, embora só conseguisse dirigir-se ao público no final da sexta canção. “Estava com nervoso miudinho”, disse, acrescentando de seguida: “Grande noite!” E foi. Num cenário cinematográfico (holofotes espalhados pelo palco e um grande ecrã onde iam sendo projectadas, sempre a preto e branco, imagens ligadas à canções a que sobrepunham outras captadas ali em directo, pormenores dele a tocar ou do próprio público), Palma percorreu na íntegra o disco (que fez 25 anos em 2016), baralhando-lhe a sequência original. Arrancou com Viagem na palma da mão (originalmente do seu disco de estreia) “colada” a O meu amor existe, antes de uma sequência irresistível: Na terra dos sonhos, Deixa-me rir, Essa miúda e Canção de Lisboa.

Já mais confiante, depois de se dirigir ao público (que desde o início o aplaudia fortemente), prosseguiu com Estrela do mar, À espera do fim (e foi no fim desta que disse “O Jake Bugg é bom, hã?”) e Bairro do Amor. É escusado dizer que parte das letras ia sendo cantada com desenvoltura entre a plateia. Jeremias o fora-da-lei e Frágil antecederam outra “colagem”, entre a pungente Dizem que não sabiam quem era e O fim e, a fechar, Só e a A gente vai continuar. E continuou. Num encore que teve primeiro Encosta-te a mim e depois Passos em volta e Portugal, Portugal. Dezoito canções a juntar às quinze de Bugg, 33 rotações inestimáveis numa óptima noite.

O EDP Cooljazz tinha ainda, até ao fim, mais dois concertos duplos agendados: Luísa Sobral e Jamie Lidell, esta quarta-feira, dia 26; e, a encerrar o festival, Jamie Cullum e Beatriz Pessoa no dia 29.

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