Isto não é o Museu do Benfica

Obra do artista Cildo Meireles vai ser recriada por crianças no Rio de Janeiro.

Foto
Desvio para o Vermelho, de Cildo Meireles, em Inhotim DR

O artista brasileiro Cildo Meireles, a editora Cobogó e a Escola de Artes Visuais (EAV) do Rio de Janeiro procuram objectos vermelhos para fazer uma actualização/activação da célebre obra de arte Desvio para o Vermelho: Impregnação, Entorno, Desvio.

Desvio para o Vermelho é uma obra concebida em 1967 por Cildo Meireles, mas só conheceu as primeiras montagens nos anos 80, a primeira foi no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 1984, depois de um apelo nos jornais para a obtenção de objectos vermelhos. Considerada uma das mais icónicas obras da arte contemporânea brasileira, pode ser vista desde 2006 numa instalação permanente no Instituto Inhotim (Brumadinho, Minas Gerais). Na sua versão mais complexa, a instalação deste artista conceptual herdeiro do neo-concretismo brasileiro está dividida em vários ambientes, sendo o primeiro deles - intitulado Impregnação -, o mais conhecido e o que reúne a colecção monocromática de móveis, objectos e obras de arte em vários tons de vermelho.

A obra que Cildo Meireles agora quer reactivar no dia 30 de Outubro na EAV do Parque Lage, a famosa escola do Rio de Janeiro, é uma nova versão deste ambiente e chama-se Impregnação: Em Torno do Desvio, que será montado com a participação de crianças nas cavalariças da escola.

A ideia surgiu com a publicação pela editoria Cobogó do livro Arte Brasileira para Crianças, onde se lista uma centena de artistas brasileiros e se propõe actividades em torno das suas obras. A recriação de Desvio é uma dessas propostas, explica o jornal brasileiro O Globo: “Tudo que é vermelho em sua casa pode estar morrendo de vontade de ficar junto. Ajude essas coisas a se encontrarem!”

A escola faz um apelo pouco ortodoxo à participação na recriação de Desvio: “Alunos, funcionários e professores da EAV, crianças, jovens e famílias, trabalhadores, desempregados e aposentados, poetas e políticos, transviados, ciganos, esdrúxulos, malabaristas e andarilhos, curiosos, cientistas, profanos e amadores da arte, tragam peças, utensílios, móveis, instrumentos, produtos, ítens, fetiches, artigos e mercadorias vermelhas.” O site da escola dá o seu endereço para as entregas não esdrúxulas, mas no caso de objectos de grande porte pede contacto prévio.

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